| 19/01/2009 05h08min
Na véspera da abertura do Campeonato Gaúcho, ainda não há definição sobre a permanência ou não do Brasil de Pelotas na competição. Uma reunião hoje entre os dirigentes do clube, vitimado na quinta-feira passada por um acidente com o ônibus que transportava a equipe, e a presidência da Federação Gaúcha de Futebol (FGF) deve decidir sobre a participação do time no torneio, mesmo que em circunstâncias delicadas.
Embora esteja recebendo diversas manifestações de solidariedade e intenções de ajuda, a grande questão para a permanência do Brasil no Gauchão é mais mundana: dinheiro. Com finanças já debilitadas devido à antecipação dos valores da Série C e a decisões judiciais que retiveram recursos do clube para honrar causas trabalhistas, o Brasil precisará de ajuda monetária para, na prática, arcar com o custo de dois times. Se não conseguir, a prioridade é garantir o pagamento dos atletas já contratados, mesmo os que não podem atuar devido ao
acidente. É isto que poderia levar o
clube a desistir do campeonato.
Ontem, uma reunião da diretoria não chegou a uma decisão sobre o futuro. A definição ocorrerá apenas hoje, na reunião que o clube terá com a federação, às 20h. Mesmo em Pelotas, as opiniões se dividem. Os partidários da participação no campeonato, liderados pelo radialista Cleiton Rocha, já se organizaram em uma campanha, que inclui um telegrama à governadora Yeda Crusius com pedido para o governo aprovar em caráter excepcional um patrocínio do Banrisul.
Enquanto o Brasil não decide se permanece ou não, manifestações de apoio continuam a ser feitas. O presidente da FGF, Francisco Noveletto, ofereceu um patrocínio de sua própria empresa para a temporada deste ano. Os empresários Gilmar Veloz e Jorge Machado os técnicos Valmir Louruz – que conduziu o clube a seu melhor resultado nacional, o terceiro lugar no Brasileirão de 1985 – e Cláudio Duarte colocaram-se à disposição do clube.
A FGF já adiou a estreia do Brasil, que
seria na quinta-feira, contra o São
José. A entidade propôs que o clube comece sua participação a partir da quarta rodada, para dar ao Brasil algum tempo de preparo, mesmo que a iniciativa precise ainda da aprovação dos outros participantes e do Sindicato dos Atletas Profissionais.
Presidente da FGF promete amistoso beneficente
Ontem à noite, Noveletto adiantou outras medidas para ajudar o Brasil. Entre elas, está a doação de R$ 50 mil pela FGF e de R$ 35 mil por Gilmar Veloz e Jorge Machado (cada um):
– Eles também vão colocar oito jogadores à disposição do clube, gratuitamente – afirmou Noveletto. – A federação vai receber doações de quem quiser ajudar os familiares daqueles que morreram. E, no final do campeonato, a seleção do Gauchão fará um amistoso contra o Brasil, no Bento Freitas, para angariar fundos.
Situação dos feridos |
LIBERADOS |
> O lateral-esquerdo Rafael Pompeu Rodrigues Ledesma, o Rafael Gaúcho, o lateral-direito Adriano Sella e o meia Uendel Freitas receberam alta ontem. |
INTERNADOS (três profissionais da comissão técnica e três jogadores) |
> O massagista Luiz Carlos Borges, com fraturas nas costelas, voltou ao hospital após sentir dores em casa. |
> O assistente técnico Paulo Roberto Mathias, que teve um pedaço da pele e do músculo da perna arrancados, apresenta boa evolução. |
> O técnico Armando Desessards tem alta prevista para amanhã, no máximo, em Porto Alegre. |
> O volante Eduardo Pozudi Fagundes, o Edu, que perdeu pele e pedaços do músculo da coxa esquerda, é quem levará mais tempo de recuperação. |
> O meia Welder Passos, o Xuxa, sofrerá cirurgia no rosto até quarta-feira, mas o traumatismo craniano já não preocupa. |
> O lateral-esquerdo Clodoveu Almeida Mariano Júnior, o Alemão, só não foi liberado por ainda sentir dores no braço fraturado. |
Desolação se abateu sobre a torcida xavante por causa da tragédia. Clique para ver mais fotos
Foto:
zero hora
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