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Um silêncio rompido apenas pelo forte assovio do vento que sopra do deserto encobriu Amã, capital da Jordânia, na noite em que o ataque americano começou sobre Bagdá, no Iraque.
Como em todo o Oriente Médio, os habitantes de Amã se entrincheiraram na madrugada de hoje em frente à TV.
Os táxis, sempre tão numerosos e barulhentos com suas buzinas a caçar estrangeiros, desapareceram. Os escassos ônibus já não podiam ser vistos, e os populares buscaram o abrigo de suas casas muito mais cedo. O comércio se apressou em fechar as portas, e uma longa peregrinação no centro e bairros de Amã foi necessária para encontrar um único restaurante árabe de portas abertas. Nele, se sobressaía em alto volume o aparelho de televisão sintonizado na TV Al-Jazeera, do Catar. O aparelho monopolizava os olhares atentos de três grupos de jordanianos. %26quot;Ataque de caças na zona de exclusão e avanço na zona desmilitarizada%26quot;, informava o apresentador, em árabe. A agitação tomou conta do ambiente, e a
fumaça
espessa dos cigarros árabes envolveu os rostos.
Quando o ataque ao Iraque começou a ser confirmado, a primeira tragédia anunciada da guerra já havia sido revelada. Podia ser vista em imagens de uma centena de mulheres e crianças de todas as idades que tentavam romper a fronteira do Iraque com a Jordânia, escondidos em contêineres sobre caminhões. Em Bagdá, as luzes de prédios públicos e principais avenidas permaneceram acesas durante toda a noite. No topo dos prédios mais altos da cidade podiam ser vistas velhas baterias antiaéreas à espera de um alvo americano efetivo.
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