Ex-volante dos juniores, o catarinense Paulinho, 19 anos, ganhou um padrinho de peso em seu primeiro dia entre os profissionais do Grêmio. Treze anos mais velho e com a autoridade de capitão da equipe, Tcheco encarregou-se de deixá-lo à vontade em um ambiente ainda desconhecido.

Há duas semanas campeão brasileiro sub-20, Paulinho é um dos oito garotos que participarão da pré-temporada. Junto com ele, viajarão às 19h de hoje para Bento Gonçalves o goleiro Alessandro, o lateral-esquerdo Wellington, o volante Julio Cesar, os meias Mithyuê e Isael e os atacantes Rafael Martins e Roberson.

Sentado perto da parede, como costuma ocorrer com os mais tímidos, Paulinho, 1m77cm, acompanhou com atenção o discurso de boas-vindas do presidente Duda Kroeff, também um estreante em vestiário.

– Não tinha vivido essa experiência. Confesso que estou um pouco nervoso – admitiu Paulinho, surpreso por ser chamado a dar entrevistas.

Foi quando Tcheco entrou em ação. Depois de relembrar seus primeiros dias como profissional, em 1994, no Paraná Clube, o meia passou a primeira das muitas orientações que irá distribuir ao longo da temporada.

– Só diz o essencial – recomendou.

Tcheco conhece o estilo de Paulinho. Durante as férias, em Curitiba, foi orientado pelo pai, José Antônio, a assistir à decisão do Brasileiro Sub-20, entre Grêmio e Sport. Gostou do seu jeito determinado de marcar.

– Volante tem que dar porrada mesmo – brincou.

Paulinho chegou ao Olímpico com 15 anos. Ainda era meia quando foi descoberto no Metropolitano, de Blumenau. Chegou a jogar de atacante até firmar-se como primeiro homem de marcação à frente da área.

Mais forte do que Rafael Carioca, “devido ao trabalho de reforço muscular”, espera chegar ao final do ano com o mesmo destaque do volante negociado com o Spartak Moscou.

Por enquanto, trata de desfrutar dos prazeres de uma vida nova.

– Desde 2005 eu pensava nesse dia. O sonho se realizou– confessou.