| 24/12/2008 10h49min
A festa acabou. Nesta terça-feira, dados extra-oficiais confirmaram que a Espanha entrou em recessão, a primeira em 15 anos, encerrando o período de maior prosperidade econômica do país. Com 3 milhões de desempregados, o país se transformou numa das principias vítimas da crise mundial, ao lado de Irlanda, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos, todos em recessão.
Dados divulgados pela Fundación de las Casas de Ahorro mostram que o Produto Interno Bruto (PIB) do país caiu 1,5% no quarto trimestre, após a contração de 0,2% de julho e setembro, configurando o início da recessão. Por dia, 5,6 mil pessoas perdem o emprego no país.
A Espanha vinha crescendo a uma taxa média de 3,8% por ano na última década. Passou até a ser considerada por economistas de todo o mundo como exemplo a ser seguido. Dois dias atrás, o presidente do Banco Central da Espanha, Miguel Angel Ordoñez, alertou que não se poderia descartar nem mesmo uma "depressão" no país.
O
ministro da Economia, Pedro Solbes, admitiu
que a Espanha dificilmente escaparia da recessão nos próximos meses e ainda alertou que 2009 será pior que 2008. O maior impacto da crise que começou nos Estados Unidos foi sentida no setor imobiliário. Nas ruas de Barcelona, agências que vendem apartamentos e casas foram obrigadas a reduzir os preços para tentar atrair clientes. Em uma delas, visitadas pelo jornal O Estado de S. Paulo, a queda nos preços dos apartamentos chega a 15%.
O que mais preocupa o governo é que a recessão, a primeira desde 1993, pode ser mais longa do que todos esperam. Para o próximo ano, existe a projeção de uma contração de 1% no PIB. A retomada do crescimento é prevista para ocorrer somente em 2011.
Entenda a crise:
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