| 29/11/2008 23h45min
Poucas vezes houve um domingo foi tão importante na carreira do técnico Celso Roth (D, na foto, na frente do assessor de futebol Milton Kuelle). Ele terá de lutar pela vitória de seu time em Ipatinga e ficar de olho no jogo do líder São Paulo no Morumbi, contra o Fluminense. Só assim o Grêmio manterá suas esperanças de ainda conquistar o título, apesar de todo o favoritismo do time são-paulino.
Boa parte da semana, Roth gastou em conversas para reanimar os jogadores, claramente abatidos pela derrota diante do Vitória. Ele sabe que em situação normal, dificilmente o Ipatinga poderá surpreender o Grêmio. Para seu próprio ânimo, Roth terá um impulso especial. Enquete de Zero Hora (confira nesta edição) mostra que a maior parte dos conselheiros do clube defende sua permanência em 2009 (ocorre o mesmo com Tite no Inter). Motivação a mais.
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O reiterado fracasso no combate ao flagelo do narcotráfico pode decorrer de uma estratégia equivocada. Depois
que as autoridades dos Estados Unidos
despejaram toneladas de dólares, inutilmente, na repressão ao tráfico de drogas e aos crimes conexos, os pesquisadores de peso daquele país entraram em ação e resolveram investir na metodologia científica. Num trabalho orientado por incansável disposição preventiva, sob a liderança do Prof. Wallace Mandell e o respaldo da prestigiosa Johns Hopkins University, ficou demonstrado que, na região onde foi desenvolvido o projeto, o consumo de maconha passou de 30% para 10%, enquanto o de cocaína refluiu de 10% para 3%. E tudo começou a partir da premissa aparentemente simplória de que, sem consumidores, não há tráfico nem vício.
A recomendação adicional, defluente do estudo, de que um indivíduo acometido por algum tipo de hábito farmacológico danoso – não só para sua saúde quanto para a estabilidade social – deve ser tratado em vez de enviado para a cadeia coincide com um dos preceitos que constituem o arcabouço deste livro: todo aquele que, ao arbítrio da consciência, ingere uma substância
nociva à
saúde, é, no máximo, um doente para ser tratado e nunca um delinqüente para ser punido. Se quisermos traçar o caminho que pode levar a uma vitória similar ou desbravar o trajeto intelectual que satisfaça nossas pretensões, não há como fugir da prevenção e da educação, com todo o risco da lengalenga.
(...) Em 1997, o absurdo de valorizar o teste toxicológico urinário, para fins de prova, vitimou o jogador Anderson, do Sport Club Internacional, de Porto Alegre, que logo recebeu o selo (ou a marca) de morfinômano. Foi salvo por coincidências e casualidades, porquanto, horas antes da divulgação da notícia do pseudoping, este autor entregara ao repórter Adroaldo Guerra Filho um artigo em que comentava as possibilidades de falsos positivos, por influência de incontáveis fatores (...)
O especialista gaúcho Sabino Vieira Loguercio sempre foi um duro crítico dos métodos de controle antidoping e, especialmente, da tendência de se marginalizar o atleta envolvido. O livro Doping,
as muitas faces da
injustiça (Editora AGE, R$ 42) é uma preciosidade para estudiosos do assunto. O subtítulo não deixa dúvidas sobre o que o autor pensa: “O processo inquisitorial iníquo e violento do controle antidoping punitivo vigente”. É de conferir.
Atrações
Com toda razão, o torcedor do Inter só pensa na decisão de quarta-feira, contra o Estudiantes, e nem se liga muito na partida deste domingo, contra o Cruzeiro, pelo Brasileirão. Nem ele, nem o clube, que usará reservas. Apesar disso, a partida do Beira-Rio tem atrações de sobra para quem gosta de bom futebol. A principal delas é o adversário, o Cruzeiro de Ramires, o volante candidato a ser um dos destaques do Brasileiro. Outra estará no Inter. Guiñazu, que não poderá enfrentar o Estudiantes por estar suspenso, reforça o time de reservas. Para completar, haverá espaço de sobra no estádio para ver futebol.
A propósito
Leve alimento
não-perecível ou água potável ao Beira-Rio. O produto da campanha, como
ocorrerá em quase todos os estádios neste domingo de solidariedade do futebol, será enviado para as vítimas das enchentes em Santa Catarina.
Melhor sem
Em lugar de reclamarem do envolvimento da Geral nas investigações policiais, os integrantes da parte saudável da torcida deveriam comemorar as diversas prisões efetuadas. É assim que a Geral, nascida de uma ação espontânea e valorizada pelo apoio ao time, será depurada. Torcedores como os que foram presos contaminam um ambiente.
A explicar
Questões para lá de constrangedoras para o Grêmio:
- O principal envolvido nos atos de violência da torcida é um conselheiro eleito do clube.
- Uma das salas usadas pela torcida, no Olímpico, precisou ser arrombada pela polícia. O clube nem tinha a chave do local.
Dinheiro
Por um
contrato de cinco anos com a TV, a federação alemã receberá US$ 2,1 bilhões. Cada clube ganhará US$ 525 milhões por ano. Nem dá para
comparar com o futebol do Terceiro Mundo.
"São abastados. Eles praticam a violência por prazer"
BOLÍVAR LLANTADA, delegado, ao revelar que os torcedores do Grêmio detidos são de clásse média alta.
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