| 26/11/2008 22h46min
Desesperados com a falta de alimento, moradores de Itajaí, no Litoral Norte de Santa Catarina, procuram comida para a família até mesmo no lixo. Pelo menos oito supermercados e duas farmácias foram saqueados na cidade.
O desabastecimento é a maior preocupação em Itajaí, que chegou a ficar com 90% do território alagado. À medida que o nível da água baixa, os moradores se arriscam nas ruas em busca de comida e carregam alimentos que estão boiando na água suja.
Para garantir a segurança do transporte de alimentos, caminhões saem com escoltas, inclusive com ajuda da Polícia Federal.
A quantidade de mantimentos recebida nesta quarta-feira em Itajaí ainda era muito inferior à necessidade dos flagelados de quase 100 abrigos e da população que conseguia voltar para casa com a baixa da água.
— A quantidade de alimentos de que dispomos não atende nem a 10% dos necessitados — afirmou o coronel Onir Mocelin, do Corpo de
Bombeiros, que leva as doações às áreas mais
isoladas.
Alagamento diminui
No fim da tarde desta quarta-feira, a Defesa Civil ainda registrava grandes áreas de alagamento em pelo menos cinco bairros de Itajaí: Cidade Nova, Murta, Ressacada, Rio Bonito e São Vicente. A expectativa para quinta-feira é que as águas baixem totalmente até o final do dia.
A segurança nas ruas também melhorou com a redução da cheia. Com mais de 350 policiais nas ruas nesta quarta-feira, um reforço de cerca de 50% recebido em um dia, a Polícia Militar conseguiu coibir pelo menos cinco saques a supermercados e atacados de Itajaí. O mesmo não foi possível na terça-feira, quando um atacado foi saqueado por mais de mil pessoas no bairro São Vicente. No local, o nível da água chegava à cintura dos policiais.
Saques a supermercados foram constantes em Itajaí desde que a enchente começou
Foto:
Patrick Rodrigues
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