| 25/11/2008 07h44min
O que o Inter temia, ao menos por enquanto, aconteceu. Os peruanos foram suspensos preventivamente, mas o vazamento da informação acerca da possibilidade de o campeão da Copa Sul-Americana garantir vaga na Libertadores mobilizou os outros países, que julgam alta demais a cota de times brasileiros e argentinos na maior competição das Américas. Assim, a Conmebol transferiu a decisão desta segunda para o dia 19 de dezembro, quando o comando da Fifa se reúne no Japão. O que frustrou os colorados.
A delegação do Inter que esteve ontem em Assunção, no Paraguai, imaginava deixar a sede da Conmebol com a vaga garantida. Lá estavam, para fazer pressão política, o presidente Vitorio Piffero, o assessor Fernando Carvalho e presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Francisco Novelletto. Sentaram-se à mesa para almoçar com o presidente da Conmebol, Nicolás Leoz. O ex-jogador Branco, gerente de futebol do Fluminense, estava junto.
Eles sonhavam com uma notícia que chegou a circular no começo da tarde: o vice da Libertadores deste ano (Fluminense), além dos finalistas da Sul-Americana (Inter e Estudiantes), teria participação garantida na Libertadores/2009. Mas o sonho virou pequeno pesadelo. Federações dos demais países reclamam do grande número de vagas que Brasil e Argentina têm direito na competição e se posicionariam contra em uma votação do comitê executivo.
A Federação Peruana de Futebol (FPF) seria desfiliada pela Fifa por intromissão do Instituto Peruano do Desporto (IPD), um órgão governamental. O presidente do IPD, Arturo Woodman, exige a saída de Manuel Burga, que tem o apoio de Conmebol e Fifa. A entidade máxima do futebol pune qualquer tipo de interferência de governos em sua estrutura.
– É cedo ainda, não dá para falar muito agora. A punição aos peruanos pode ser evitada, não há como negar – admitiu Carvalho.
Fifa e Conmebol esperam que o impasse peruano seja resolvido até o dia 19 de dezembro. Lutarão por isso, inclusive. O problema todo é que a entidade não definiu o que fazer com as três vagas reservadas ao país à Libertadores em caso de suspensão, ao contrário do que se especulava.
Uma alternativa seria um sorteio. Os nomes dos nove países seriam colocados em uma urna. Os três sorteados teriam seus representantes escolhidos pelas confederações nacionais – no caso do Brasil, a CBF. Nos bastidores, especulou-se até que o quinto colocado no Brasileirão seria a equipe escolhida.
– Não há definições. Tudo é especulação – disse Novelletto.
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