| 29/10/2008 22h47min
As chuvas ininterruptas e acima da média para o mês de outubro prejudicam as produções de maçã na Serra e de trigo e milho no Meio-Oeste.
Responsável por pelo menos 70% da economia de São Joaquim, a maçã não vai escapar este ano de uma doença causada pelo excesso de umidade. Trata-se de um fungo, a sarna da macieira, que, na planta, seca a folha e impede a fotossíntese e, na fruta, cria uma casca dura, que a deforma e prejudica a qualidade.
O alerta é do engenheiro agrônomo Názaro Vieira Lima, da Epagri de São Joaquim. Ele explica que ainda não é possível estimar o tamanho do problema.
— Mesmo com defensivos químicos, é tanta chuva que estes produtos não conseguirão eliminar a sarna por completo. Ainda não é possível prever a intensidade do problema, mas se muitos frutos estiverem com a doença quando forem colhidos, a partir de fevereiro, as vendas, principalmente as exportações, estarão bastante comprometidas, pois o mercado exige
frutas bonitas, e não deformadas — afirma
Názaro.
Cereais
Em Campos Novos, no Meio-Oeste, onde o índice pluviométrico já ultrapassou os 400 milímetros de precipitação, deve haver uma queda significatica na produção de trigo e milho, segundo as estimativas da Cooperativa Rio do Peixe (Coperio).
— Devemos ter uma redução de 30 a 40% nas lavouras de trigo porque a incidência das chuvas aconteceu justamente no momento em que a planta precisa de muito sol. Os prejuízos serão cumulativos. Para que o vegetal não fique doente, o agricultor precisará investir mais em fungicidas. As lavouras de trigo também são afetadas em função do plantio tardio. Com o atraso, teremos problemas na germinação — explicou o engenheiro agrônomo da Coperio, Evandro Vettori.
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