| 23/10/2008 11h34min
Os dados da pesquisa mensal de emprego de setembro mostram que o mercado de trabalho ainda estava imune à crise que se agravou no mês passado, segundo o gerente da pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cimar Azeredo.
— O mercado de trabalho ainda é forte, não vamos dizer que é blindado, mas ainda não há efeitos da crise — disse.
O argumento de Azeredo é que a taxa de desemprego ficou estável, "o que já era esperado", a formalidade (emprego com carteira assinada) prosseguiu em alta, a renda média real prossegue em trajetória de expansão e o número de ocupados também cresceu.
— Não há nenhum sinal de que o mercado de trabalho esteja sofrendo com a crise econômica — acrescentou.
O aumento no rendimento médio real dos trabalhadores em setembro refletiu o recuo na inflação e a alta no número de contratações com carteira assinada, segundo Azeredo. Conforme o IBGE, a renda média real aumentou 0,9% em
setembro ante agosto e 6,4% ante setembro do ano
passado. A renda é deflacionada pelo INPC médio das seis regiões metropolitanas pesquisadas.
O gerente de pesquisa do IBGE disse que só um cenário muito atípico evitará que a taxa de desemprego fechada de 2008 seja a menor da série histórica da pesquisa, iniciada em 2002. A taxa média de desemprego de janeiro a setembro foi de 8,1% este ano, bem inferior à taxa média para o período de 9,7% apurada em 2007. A taxa média no total do ano passado foi de 9,3%.
Azeredo destacou também o aumento no nível de ocupados (percentual de pessoas em idade ativa que estão ocupadas) para 53% em setembro, ante 52,6% em agosto, o que ele considera uma elevação significativa. De acordo com o gerente, todos esses resultados mostram força do mercado de trabalho.
— A crise ainda não chegou ao mercado de trabalho, será preciso esperar os dados dos próximos meses, especialmente de dezembro e janeiro, para checar se haverá efeito da crise no
emprego.
Entenda a crise
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