| 14/10/2008 13h49min
Com o pensamento nas reservas petrolíferas do pré-sal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva justificou os novos gastos que o país fará com o setor de defesa e alerta que o Brasil precisa contar com "ferramentas de dissuasão".
Hoje, os principais jornais espanhóis publicaram entrevista com Lula. Em todos, um dos principais destaques era o compromisso do país em construir seu submarino nuclear.
— Estamos trabalhando no enriquecimento de urânio e temos a firme intenção de ter um submarino nuclear — disse.
Lula declarou aos espanhóis que irá anunciar o novo plano de defesa nacional no dia 3 de novembro. Para o El País, será um plano "ambicioso". O presidente negou que haja uma corrida armamentista na América do Sul.
— Não acho que temos uma corrida armamentista na América do Sul e que os países estejam se preparando para uma disputa militar. Cada governo precisa ter o mínimo necessário para proteger sua soberania e a tranqüilidade
de seus cidadãos. O Brasil também necessita
estar preparado para se proteger — disse Lula.
Questionado sobre de quem precisaria se proteger, Lula foi categórico.
— De quem seja. Os inimigos não estão em nenhuma lista — disse.
Lula deixou claro que a fronteira da Amazônia e o tráfico de drogas na região não são os únicos problemas que o Brasil poderá enfrentar nos cenários estratégicos.
— O descobrimento de uma reserva de petróleo a 300 quilômetros de nossas costas faz necessário que possamos proteger essas plataformas — disse.
Lula alerta que o país "trabalha com objetivos pacíficos".
— Acho que o mundo entende que um país que tem 8 mil quilômetros de costas necessita ter ferramentas de dissuasão — completou. Ele ainda lembrou que sugeriu a criação de um conselho de defesa sul-americano para lidar com a questão do narcotráfico na Amazônia.
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