| 13/10/2008 19h19min
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta segunda-feira que o mundo conseguirá sair da turbulência econômica. O ministro participou de evento em Washington, nos Estados Unidos.
— Conseguiremos domar esta crise financeira. A crise pode ser comparada à de 1929, mas será diferente. Não será uma crise parecida com a de 1929, pois a atuação dos governos é diferente. Não cometeremos os mesmos erros cometidos naquela época, cometeremos novos. É sempre bom cometer erros novos — disse, em evento organizado pela Câmara de Comércio Brasil-EUA.
Mantega acrescentou que a crise atual também é diferente da dos anos 1990, "que regional, não estava localizada no centro do sistema. Agora, a crise se dá no epicentro do sistema financeiro, não é crise de bilhões, mas de trilhões. Mudou a magnitude da crise". O ministro observou que é uma crise sistêmica e "ninguém escapa".
— Daremos as respostas que forem necessárias de modo que a crise seja neutralizada —
afirmou Mantega.
Para uma
platéia composta por investidores e empresários, o ministro afirmou que o Brasil, bem como outros países emergentes, podem se beneficiar do que chamou de "pós-guerra, ou seja, o pós-crise".
— Abrir-se-á uma janela de oportunidade para o Brasil e outros emergentes que têm fundamentos sólidos. Depois dessa crise países emergentes passam a ter papel fundamental, de modo a não permitir que haja atrofia da economia mundial. Os emergentes já respondem por 75% do crescimento global. Cabe a eles fazer política anticíclica para puxar o crescimento mais avante — disse.
Sobre crescimento do Brasil, Mantega disse que é "realista".
— Discordo das projeções pessimistas sobre a economia brasileira, de 1% a 2%, ou de 2,5%. Estes analistas estavam muito envolvidos pelo clima dos países onde se encontram — afirmou.
Os investidores que restarem depois de toda essa confusão vão buscar oportunidade de investimento, irão em busca da solidez e de
rendimentos maiores, segundo ele.
— O Brasil
está equipado para oferecer isso aos investidores. Depois disso, o Brasil vai levar vantagem. Este ano vamos crescer 5% ou 5,5%. Eu sou realista não sou otimista — afirmou.
Gráfico: entenda a crise financeira
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