| 09/10/2008 16h12min
A crise econômica americana afeta a todos os países, inclusive o Brasil, segundo especialistas ouvidos nesta quinta-feira pela Agência Brasil durante um painel de debates sobre a turbulência no mercado financeiro global na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), em São Paulo. O professor e diretor de relações internacionais da ESPM Rio, Alexandre Espírito Santo, explicou que a situação da economia brasileira não está favorável, como alertam as autoridades. Entenda a crise financeira:
— Agora o presidente Lula se deu conta de que é, sim, um tsunami — comentou o especialista.
Para o economista e professor da Faculdade de Economia e Administração (FEA) da Universidade de São Paulo (USP) Roberto Troster, o Brasil precisa começar a exercer seu papel de país do futuro.
— O Banco Central está tomando as decisões certas, mas não na urgência que elas necessitam ser tomadas. É hora de desespero, então podemos usar as reservas, injetar recursos. Destino não acontece, é a gente
que faz acontecer. Temos potencial,
mas é preciso agir de acordo com o Brasil que queremos ser — afirmou.
Segundo o professor, o "Brasil fez bem a lição de casa, mas ainda tem muito o que fazer, como as reformas trabalhista, da Previdência e do Judiciário, e melhorar a composição dos gastos públicos".
Para Espírito Santo, as novas atitudes do Banco Central, como vender dólar, foram acertadas.
— Só a presença do BC já é importante e suficiente para acalmar os mercados. As confusões na bolsa e no câmbio eram reflexo da falta de ação do banco — apontou.
Os especialistas alertaram que prever o futuro é quase impossível e que boa parte da solução da crise econômica está vinculada às eleições presidenciais dos Estados Unidos.
— Dependendo de quem for eleito, os cenários mudam. Agora o futuro está na mão dos americanos — explicou Troster.
Para o professor da ESPM, as próximas três semanas serão difíceis, mas o Natal ajudará a
economia.
— Há um aquecimento natural nessa época do ano, e acredito
que os brasileiros terão boas festas — salientou.
Embora a avaliação dos efeitos da crise seja negativa, o economista não fez previsão de aumento da inflação ou crescimento da taxa de desemprego.
— As pessoas vão adiar viagens e compra de carro novo, mas continuarão consumindo. Teremos uma deflação dos preços e um desaceleramento pequeno da economia, mas o emprego não parece que será afetado.
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