| 16/09/2008 13h24min
No ano passado, especialistas eram unânimes em afirmar que produzir leite era o negócio do momento, e que os preços continuariam em alta por um longo prazo, uma vez que estava faltando produto no mundo. Os produtores responderam com produção, e nos primeiros seis meses de 2008 aumentaram a oferta em 20%. Resultado: veio a crise, e o setor está reagindo de imediato. Nesta terça, dia 16, foi feita uma manifestação em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, durante o abate de 200 vacas de leite.
O curral fechado concentrava animais com produtividade superior a 20 litros por dia. Porém, a espera não era pela ordenha. A fila com 60 produtores no pátio de um frigorífico se formava no aguardo de abates.
Os pecuaristas não tiveram escolha. Precisam fazer dinheiro rápido para pagar as contas. Uma medida drástica que serviu também de palco para um pedido de socorro das lideranças na maior bacia leiteira do país. Ana Regina dos Anjos fez tudo o que os especialistas pediram, e atendeu ao incentivo do governo para aumentar a produção: dobrou o tamanho do rebanho e agora teve que descartar cinco vacas em plena lactação.
Os produtores protestaram, e acompanharam as vacas no corredor do frigorífico. O abate não era simbólico e, sim, a realidade do mercado. Levantamento da Embrapa Gado de Leite mostra que em 12 meses o preço caiu 15%, e os custos aumentaram em mais de 24%. É apenas o início de um movimento que vai refletir na safra do ano que vem.
Hoje, o preço médio do leite na região está em R$ 0,67, com tendência para cair ainda mais. Para o presidente da Associação dos Produtores de Leite de Uberlândia, Julio Cezar Pereira, é uma situação que pegou o setor de surpresa.
Agora, os produtores querem sensibilizar o mercado e o governo para que sejam adotadas medidas, como o estimulo às exportações, projetos sociais, e crédito para estocar a produção.
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