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 | 12/09/2008 05h57min

Paulo Roberto Falcão: O que há com a Seleção?

Depois de ouvir esta pergunta dezenas de vezes (Dunga deve tê-la ouvido milhares), selecionei algumas explicações de torcedores e especialistas, para comentá-las neste espaço. Vamos a elas:

1) Má safra — Quem lembra que só falta acrescentar Kaká no grupo que Dunga convocou para os jogos com o Chile e a Bolívia logo conclui que o país passa por uma safra ruim. Não posso concordar totalmente com a tese. Que outro país do mundo reúne na mesma equipe jogadores como Ronaldinho Gaúcho, Kaká, Robinho e Luís Fabiano?

2) Pouca entrega — Esta é uma tese respeitável. Como são jogadores consagrados e ricos, alguns inclusive detentores de títulos mundiais, os atuais integrantes da Seleção já não têm a mesma motivação para se empenhar. Esta semana mesmo ouvi uma entrevista do técnico Bernardinho, do vôlei, falando no quanto é difícil motivar atletas já realizados. E olhem que ele é um especialista em motivação. Aqui, portanto, talvez resida uma causa importante da irregularidade da Seleção.

3) Orientação tática — O mau posicionamento dos jogadores em campo é visível. Basta uma equipe fazer duas linhas de quatro marcadores, como fez a Bolívia, para o Brasil ficar impotente. Nem o recurso óbvio das triangulações os jogadores utilizam. É tarefa de Dunga, certamente, mas também é preciso reconhecer que a Seleção não dispõe de tempo para treinar. De qualquer maneira, este é um aspecto em que a Seleção Brasileira ainda pode melhorar bastante.

4) Má fase — A condição individual de jogadores como Ronaldinho, especialmente ele, também é vista como um dos obstáculos que a Seleção está enfrentando. No que se refere ao jogador gaúcho, é inquestionável que o seu rendimento tem sido muito inferior ao desejado. Às vezes chega a ficar a impressão de que Ronaldinho desistiu do futebol. Não se empenha, não tenta um drible, não aparece para receber a bola e raramente é visto na área. Mas também é bom lembrar que o time não melhora muito quando ele é substituído.

5) Ausência — O pensamento mágico sempre se volta para quem não está jogando. Com a suspensão de Diego, Kaká deve voltar ao time contra a Venezuela, em Maracaibo. Se voltar bem da longa parada por causa da cirurgia no joelho, certamente acrescentará qualidade ao time e talvez um ritmo melhor. Mas não podemos achar que a ausência de Kaká tem sido determinante para os altos e baixos do time.

6) Lideranças — A Seleção tem o seu capitão, mas parece estar faltando um grupo de líderes capazes de fazer a leitura tática do jogo e de tomarem iniciativas em nome do treinador, tais como a crítica saudável a algum companheiro que vacile ou mesmo a mobilizado do grupo em determinado momento da partida.

7) Reforços — Por fim, acrescento a alternativa de ampliação do leque de convocados, com um olhar mais amplo para jogadores que atuam no Exterior, especialmente na Europa. Gostaria, por exemplo, de ver Mancini ter uma nova oportunidade na Seleção. E também de uma experiência com Amauri, comprado pela Juve após boa performance no Palermo.

Gladiadores

A imprensa boliviana, mas especificamente o jornal La Prensa, compara os jogadores da seleção local a gladiadores, que enfrentaram o todo-poderoso Brasil em seus domínios e tiveram êxito graças a uma conjugação de esforço e sacrifício.

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