| 02/09/2008 09h27min
Pela primeira vez na história de Londrina, nove candidatos vão disputar a prefeitura. Eles já trabalham pensando no segundo turno, mas ainda na campanha vão receber cobranças dos líderes do agronegócio local, que é referência para o setor no país. Para o presidente da Sociedade Rural do Paraná, o próximo prefeito da agrocapital precisa estreitar o diálogo com a classe produtora.
– Nós esperamos uma política de incentivo à agroindustrialização, evidentemente incorporando tudo aquilo que cerca um processo como esse: a valorização da infra-estrutura viária, para poder trazer até a agroindústria toda a produção primária, e também a formação profissional dos envolvidos – diz Alexandre Kireff.
O presidente do Sindicato Rural de Londrina diz que já tem um projeto de segurança para o campo pronto para ser apresentado ao vencedor.
– A idéia é estender a guarda municipal para a zona rural. Seria um projeto em parceria do produtor rural com a segurança rural. Hoje nós não temos mais uma patrulha rural e estamos carentes de segurança. Tem havido muitos assaltos e a gente está até com dificuldade de manter os empregados e colaboradores na zona rural – diz Narciso Pissinatti.
O cientista político Mário Sérgio Lepre afirma que a maioria dos candidatos em Londrina já é conhecida da população.
– São ex-prefeitos, são ex-candidatos, e na verdade o eleitor de Londrina já conhece bem essas opções que existem para a sua decisão. Mas o desencanto não é só na cidade paranaense. A política no Brasil está muito pesada para o eleitor médio, que passa a vê-la com um olhar muito negativo. Quando o eleitor vai votar ele faz um investimento e não sabe disso. É uma pena porque a política, na verdade, deveria ser a mudança – analisa Lepre.
História
Londrina completa 74 anos em dezembro. A agrocapital, no norte paranaense, foi fundada por ingleses que não acreditaram no progresso do pequeno entreposto, fundado apenas para dar apoio aos colonizadores que passavam pela região.
Nos anos 50 do século passado se dizia que em Londrina dinheiro era encontrado no chão, tamanha a riqueza da cidade devido à produção cafeeira. Depois veio a geada de 1975, que queimou fortunas e mudou a economia local.
Entre as décadas de 50 e 70 o povoado se transformou na capital mundial do café. De cá para lá o município consolidou-se como referência para o agronegócio brasileiro. A partir dos anos 80, a prestação de serviços ganhou espaço. Mas a cidade não perdeu a vocação para o primeiro setor. Hoje o agronegócio sustenta os quase 500 mil habitantes das áreas urbana e rural.
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