| 25/08/2008 14h55min
O presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, confirmou nesta segunda, dia 25, que há a expectativa para a liberação do mercado da China para a carne suína do Brasil. Uma missão técnica chinesa deve chegar ao território brasileiro na próxima segunda, dia 1º de setembro.
Camargo Neto ressaltou, porém, a abertura do mercado não deve ser muito ampla, já que, como maior produtora e consumidora de carne suína, a China tem uma política para proteger a produção interna.
– [A China] é muito cuidadosa, muito cautelosa. A suinocultura chinesa é uma produção muito frágil, de pequeno produtor, e ela administra muito bem – disse Camargo Neto ao programa Mercado e Companhia.
O presidente da Abipecs avaliou que o Brasil pode, “de uma hora para outra”, vender para os chineses cerca de 50 mil ou 100 mil toneladas para o mercado chinês.
– O que, para o Brasil, já é um número grande demais. Hoje não tem sobra.
Santa Catarina e Rio Grande do Sul devem ser os primeiros estados a passarem por inspeção a partir da semana que vem. De acordo com Pedro de Camargo Neto, os dois Estados devem ter o reconhecimento de bom status sanitário confirmado pelas autoridades chinesas.
– A expectativa é grande. A visita é um sinal muito bom.
Presença tímida
Pedro de Camargo Neto avaliou como “tímida” a atuação da diplomacia brasileira nas relações comerciais com a China. Ele fez uma comparação com a postura, por exemplo, do governo dos Estados Unidos, que considerou bem mais atuante.
– O Ministério da Agricultura [Departamento de Agricultura dos Estados Unidos – USDA] tem uma presença comercial na China com 40 pessoas, sendo 10 americanos. O Brasil tem um diplomata.
Entretanto, o presidente da Abipecs manifestou a expectativa positiva de a formação dos chamados adidos agrícolas brasileiros possa mudar a situação e aumentar a capacidade de negociação brasileira. Camargo Neto disse que a criação deste diplomata era uma reivindicação antiga do setor.
Ele reconheceu que, nos primeiros anos, não era um “fervoroso defensor” dos adidos agrícolas, pro achar que o Ministério das Relações Exteriores deveria ser capacitado para atuar no setor.
– Hoje nós temos um diplomata na China e os Estados Unidos, 40. Com o adido agrícola, teremos pelo menos um em tempo integral, o que é um grande progresso.
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