Representantes de núcleos das principais raças participantes da Expointer apresentaram proposta alternativa à norma que proíbe peões de dormir no galpão dos animais durante a feira. Eles querem que veterinários da Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul lotados no parque façam rodízio, à noite, para vigiar os animais.

– Assim (os animais) não ficariam desassistidos. Investimos muito neles e agora teremos que aplicar mais dinheiro na estrutura – afirma Sérgio Tellechea, criador de angus e brangus que levará quatro funcionários para cuidar de 16 animais, com um gasto extra de R$ 4 mil.

A Secretaria da Agricultura informou nessa quinta, dia 21, que ainda não recebeu a proposta e não definiu como será a vigília dos animais durante o evento. Mesmo assim, ameaças de boicote ou redução de animais inscritos não ganharam força. Raul Torrent, vice-presidente do Núcleo Brasileiro de Brangus, porém, disse que os criadores da raça levarão menos animais.

– Estamos negociando com o Ministério de Trabalho para atenuar as exigências. Esperamos que seja permitido ao menos o uso do caminhão como alojamento, depois de limpo. Isso não é depreciativo ao empregado. Eles disputam para ver quem virá cuidar do animal – disse Carlos Sperotto, presidente da Federação da Agricultura do Estado (Farsul).

Presidente do Núcleo Fronteira Oeste de Braford e Hereford, Miguel Barbará, calcula gastar ao menos R$ 1 mil a mais com cada peão. Vai acomodar os empregados em uma casa alugada perto do parque. A entrada dos animais para a feira, de 30 de agosto a 7 de setembro, começa na segunda-feira, dia 25, às 6h.