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 | 31/07/2008 21h38min

Punição por crimes na ditadura revolta militares

Presidente do Clube Militar diz que todos serão julgados, inclusive autoridades que estão do governo

Causou revolta e indignação entre militares da ativa e da reserva a decisão do ministro da Justiça, Tarso Genro, de instalar uma audiência pública para definir responsabilidades civis e criminais de agentes do Estado que mataram e praticaram torturas durante a ditadura.

Para eles, isso "é puro revanchismo" e significa reabrir feridas de um problema que foi resolvido com a lei de anistia. Mas advertem que, se querem reabrir as feridas, que reabram todas, dos dois lados, inclusive colocando em julgamento as autoridades que estão hoje no governo, e que praticaram também, na avaliação deles, atos de tortura e terrorismo.

— Será que quem seqüestrou o embaixador norte-americano e o prendeu dizendo, todo dia, que ia matá-lo, não cometeu ato de tortura da mesma forma, igualmente condenável? — disse o presidente do Clube Militar, general de Exército da reserva Gilberto Barbosa de Figueiredo.

Ele marcou para o dia 7 de agosto, um fórum de debates semelhante ao organizado por Tarso na sede da instituição, no Rio de Janeiro.

— Se for para julgar quem torturou, vamos julgar todos, inclusive muitos que estão na cúpula do governo hoje e tem até ministro de Estado — afirmou Figueiredo.

O ministro da Comunicação de governo, Franklin Martins, foi um dos idealizadores do seqüestro do embaixador dos Estados Unidos, Charles Burke Elbrick. O general Figueiredo disse que "tortura é reprovável em qualquer situação".

— Existe uma lei de anistia e a única forma de se punir os militares que praticaram estes atos de tortura, que considero reprováveis, é anular a lei, porque o outro lado também cometeu atos hediondos, em diversas ocasiões, que precisam ser julgados da mesma forma.

Agência Estado
 
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