O Marcílio Dias está de volta a Itajaí e já pensa na próxima fase da Série C. Fora de campo, no entanto, o time ainda pode ter de dar satisfações ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Tudo porque um jogador do Toledo, o outro classificado do Grupo 15, sugeriu em uma entrevista que o empate por 0 a 0 com o Marinheiro foi combinado. Foi o suficiente para os eliminados Inter de Santa Maria e Engenheiro Beltrão recorressem ao tapetão. No Estádio Hercílio Luz, ninguém acredita em uma reviravolta.

— Não fizemos essas coisas. Jogamos de acordo com o regulamento, mas não combinamos resultado algum — garantiu o presidente marcilista, Marlon Bendini.
 
O assunto nem deve preocupar muito mesmo. O próprio Inter-SM, principal insatisfeito (terminou um ponto atrás de Marcílio e Toledo), não aposta na desclassificação dos dois primeiros colocados. O time gaúcho até prepara um recurso para encaminhar nesta terça-feira ao STJD, mas não alimenta esperanças.
 
— Vamos cumprir a nossa parte, mas eu acho muito difícil. Se o recurso for julgado procedente, será aberto um inquérito administrativo para ver se houve mesmo alguma irregularidade. Terão de ser ouvidos além dos jogadores, membros da comissão técnica e dirigentes dos dois clubes — explicou o vice-jurídico do Inter-SM, Alberto Olivier.

Segundo ele, a declaração do volante Rafinha ("O que aconteceu é feio, mas temos de pensar no nosso futuro") não deve ser suficiente para pedir a eliminação dos dois times, conforme prevê o artigo 275 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD).

— É uma prova muito fraca. Teria de ter algo que envolvesse os dirigentes, o que não é o caso.

O Engenheiro Beltrão também está preparando um recurso, mas não seria para eliminar Toledo e Marcílio Dias da Série C, e sim pedir a repetição das duas partidas do Grupo 15 (Toledo x Marcílio Dias e Inter-SM x Engenheiro Beltrão). A alegação do clube paranaense é que o jogo em Toledo começou depois do que o de Santa Maria.