| 16/07/2008 10h43min
O índice Bovespa abriu o pregão desta quarta-feira em alta, mas já transitou pelo território negativo, voltou para o positivo e a previsão é de que essa volatilidade persista durante o dia. A agenda cheia de indicadores nos EUA é uma prova para os investidores.
O fato de a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) ter fechado no azul dois dias consecutivos não significa uma mudança de tendência ou descolamento de Nova York. Pelo contrário, os temores continuam e a cada nova notícia - boa ou ruim - o mercado aqui reage acompanhando a performance de Wall Street.
Hoje o dia pode ser separado em dois momentos, segundo um operador, o antes e o depois da divulgação da ata do Federal Reserve (Fed, banco central americano), prevista para as 15 horas (de Brasília).
— A volatilidade vai dominar os negócios, pelo menos, até a divulgação do Fed, quando as bolsas podem definir uma tendência até o encerramento dos negócios — disse.
Às 10h21min,
o Ibovespa registrava alta de 0,27% a 61.181
pontos. Até este horário, o índice já variou entre a mínima de -0,11% e a máxima de +0,33%. Em Nova York, o índice futuro Nasdaq subia 0,44% e o S&P-500 futuro, 0,31%.
Nesta manhã já foi divulgado o índice de preços ao consumidor (CPI) nos Estados Unidos, que veio salgado. O indicador subiu 1,1% em junho ante maio, a maior alta mensal desde junho de 1982, informou o Departamento de Comércio dos EUA. O núcleo do CPI, que exclui preços de energia e alimentos, subiu 0,3%. Hoje, a França também divulgou a maior alta em 17 anos dos preços ao consumidor em junho; a Alemanha, em 14 anos.
As bolsas européias expressam bastante preocupação com o cenário para os bancos, com Société Générale, Fortis e Natixis liderando as perdas de cerca de 1% nas principais praças da região. Às 10h18, Londres perdia 1,40%, Paris tinha queda de 0,43% e Frankfurt, -0,02%.
No cenário doméstico, a boa notícia é que o Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S)
desacelerou para 0,69% na semana encerrada
ontem, ante 0,79% na semana anterior (até dia 7 de julho).; por outro lado, o IGP-10 de julho fez o caminho contrário, fechando em alta de 2%, ante 1,96% de junho.
— A inflação doméstica só preocupa se ela vier muito acima do esperado. O que importa são os números lá fora — diz um outro profissional do mercado de ações, comentando que os números de inflação não devem influenciar os negócios na Bolsa hoje.
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