| 05/07/2008 17h14min
Roqueiro e fã dos californianos do Red Hot Chili Peppers, Gonzalo Sorondo Amaro, 28 anos, poderia adotar uma de suas músicas favoritas, Scar Tissue (cicatriz, em português), como trilha sonora de sua passagem pelo Inter. A canção fala de recuperação e recomeço. Há 10 meses no Inter, o zagueiro reinicia neste domingo, às 16h, contra o Coritiba, no Beira-Rio, a busca pela reafirmação.
Em slideshow, confira os sucessos que Sorondo escuta em seu Ipod:
Menos de dois meses depois de estrear no Inter, o uruguaio torceu o joelho esquerdo na partida contra o Vasco,
em 4 de novembro. Passou por cirurgia de reconstrução do ligamento cruzado
anterior e ficou 220 dias afastado. Voltou contra o Vasco, dia 11 de maio. No domingo seguinte, contra o Palmeiras, ficou 44 minutos em campo.
Torceu o joelho outra vez. Por sorte, foi leve. Mas suficiente para tirá-lo de ação por mais um mês. Sorondo reapareceu no Gre-Nal. Esteve impecável e ganhou confiança para decretar:
— Voltei. E agora é para ficar.
Conhecido pela seriedade, é um sujeito de sorrisos raros, quase intransponível, o zagueiro baixou a guarda em recente entrevista à rádio 890 AM Sport, de Montevidéu. Ainda estava parado devido à primeira contusão. Questionado sobre sua situação no Brasil, o gigante de 1m90cm desatou a chorar.
Suas lágrimas eram motivadas por nunca, em 10 anos de carreira, ter ficado tanto tempo inativo. Sorondo revelou culpa por ser tão bem tratado em Porto Alegre e não retribuir. Lembrou que recusou propostas para voltar ao Exterior e decidiu-se pelo Inter devido à proximidade de Montevidéu e
da seleção uruguaia.
— Fiquei emocionado
mesmo. Foi um tempo difícil. Jogar no Inter significa disputar um campeonato duro e ficar perto da seleção. Quero estar na Copa de 2010. Nada disso estava sendo possível para mim — conta.
Confira abaixo as escalações de Inter x Coritiba:
Constrangido com a longa inatividade, Sorondo deixou de lado até mesmo a diversão. Deixou, por exemplo, de assistir ao show de outra de suas bandas favoritas, o Iron Maiden. Os ingleses estiveram no Gigantinho em março. Sorondo ficou em casa, por receio de ser mal interpretado.
— Seria difícil explicar à torcida — explica.
Para espantar a tristeza no período de
recuperação, Sorondo contou com o apoio de Walter Cirne e Paulo Amorim, os empresários
que o buscaram no Defensor. Amigos uruguaios de Porto Alegre também o apoiaram. Os passeios com a família pelas ruas da Capital amenizavam o sofrimento. Sorondo vê nas calles daqui muita semelhança com as de Montevidéu.
Os Sorondo estão adaptados à cidade. A família até aumentará. Maria Rossina espera para agosto o terceiro filho. O casal já tem Maria Carolina, sete anos e que canta os hinos da Popular com sotaque espanhol, e Juan Felipe, um ano. Por enquanto, apenas o pai sabe o sexo do bebê. Maria Rossina preferiu esperar o nascimento.
— Decidimos que o mais novo coloradinho ou coloradinha nascerá aqui. Há bons hospitais e nos sentimos muito bem na cidade — conta Sorondo.
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