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 | 03/07/2008 04h11min

Alceu considera causa justa aumento salarial para Yeda

Para presidente da Assembléia, nenhum governador consegue contratar quem pretende com os atuais vencimentos

Autor da proposta que pode elevar o salário da governadora Yeda Crusius em 143% e do vice-governador Paulo Afonso Feijó e secretários em quase 89%, o presidente da Assembléia, Alceu Moreira (PMDB), disse ontem que com os atuais salários nenhum governador poderá chamar as pessoas que pretende.

Alceu disse que o reajuste é uma causa justa e que está disposto a pagar o preço político da medida. Sobre a falta de previsão de aumento para os demais servidores do Executivo, um dos argumentos dos críticos da proposta, o deputado disse que não se pode estabelecer comparações com a governadora e os secretários:

- Não se pode comparar um funcionário de carreira e a repercussão de um aumento para esses quadros com a composição salarial dos secretários, que são poucos.

A governadora disse ontem que apóia a iniciativa de Alceu. Ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, Yeda reiterou que o reajuste permitirá ao Estado oferecer um novo patamar para gratificar os secretários, mais afinado aos parâmetros disponibilizados à iniciativa privada. A governadora disse ainda que o realinhamento nos vencimentos foi proposto pelo gabinete de transição - criado por Yeda para ajudar o Piratini a superar a crise política instalada desde o início da CPI do Detran.

- Creio que a gente não deve ser campeão, por exemplo, no salário mais baixo pago à governadora e aos secretários, os mais baixos do Brasil. Não é apenas o mais baixo. É muito mais baixo - afirma.

Entre os servidores, a proposta foi criticada. A presidente do Cpers, Simone Goldschmidt, entende que se Yeda teve de demitir secretários em razão de suspeitas, o primeiro escalão não merece aumento:

- Se o salário de secretário, de R$ 6,1 mil, não é atrativo, o que se dirá dos salários de policiais, professores e funcionários da saúde?

O líder da bancada do PT, deputado, Raul Pont, cobrou do Piratini um reajuste para os servidores do Executivo, não previsto no projeto de Lei de Diretrizes Orçamentários (LDO) para 2009. No PDT, o líder Adroaldo Loureiro sustenta que o partido ainda não discutiu o tema, mas em princípio concordou com Yeda.

- Quem exerce a função pública com seriedade merece salário digno. Às vezes é hipocrisia pagar pouco. Essa economia pode ensejar outra forma de a pessoa buscar a sua sobrevivência - diz Loureiro.

Pela proposta de Alceu, o salário de Yeda passa de R$ 7,1 mil para R$ 17,3 mil.

Os salários dos governadores pelo país
Paraná: Roberto Requião (PMDB) R$ 22,1 mil
São Paulo: José Serra (PSDB) R$ 14.850
Rio de Janeiro: Sérgio Cabral (PMDB) R$ 12.765
Bahia: Jaques Wagner (PT) R$ 11.246
Minas Gerais: Aécio Neves (PSDB) R$ 10,5 mil
Santa Catarina: Luiz Henrique (PMDB) R$ 10 mil

Clique e confira o histórico da crise no Piratini



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