O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirmou nesta segunda-feira que vai esperar o decorrer das investigações da Polícia Federal (PF) sobre os deputados João Magalhães (PMDB-MG) e Ademir Camilo (PDT-MG) antes de encaminhar as denúncias contra eles para a Corregedoria.

Os gabinetes dos dois deputados foram vasculhados pela PF na sexta-feira, na Operação João de Barro, que desmontou um esquema de fraudes em obras públicas.

— O processo corre em segredo de Justiça e não há elementos para acionar a Corregedoria. Vamos ver se surge algum elemento que justifique — afirmou o petista.

Para Chinaglia, as informações da PF de que os parlamentares são investigados por três crimes e haveria a participação deles no esquema por meio da liberação de emendas ainda não são suficientes.

— Não posso me pautar pelo que a imprensa tem de informação — disse ele.

Paulinho

A postura do presidente da Câmara é mais cautelosa do que a adotada no caso da Operação Santa Tereza, também da PF, que encontrou o possível envolvimento do deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (PDT-SP).

Na ocasião, o petista encaminhou o caso para que o corregedor, Inocêncio Oliveira (PR-PE), analisasse mesmo com o segredo de Justiça. O processo contra Paulinho está agora no Conselho de Ética.

A operação

A operação João de Barro foi deflagrada na sexta-feira com 231 mandados de busca e 38 de prisão. São investigadas 200 obras que totalizam investimentos de R$ 700 milhões, sendo que algumas delas fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Segundo a PF, o esquema consistia em fraude na execução dos projetos, onde se fazia obras de baixa qualidade para repartir os recursos desviados.

Os deputados negam envolvimento nas fraudes e argumentam que as obras são executadas pelo Executivo e fiscalizadas pela Caixa Econômica Federal. As informações são do site G1.