| 24/06/2008 08h10min
Depois de amassar o Flamengo e os bolivianos Bolivar e Blooming na chave 2 da 1ª fase da Taça Libertadores de 1983, o Grêmio encarou mais um grupo antes de chegar à decisão. América de Cáli, da Colômbia, e Estudiantes de La Plata, da Argentina, foram os adversários do tricolor na disputa por uma vaga na final do torneio sul-americano.
Esta é a 4ª reportagem de uma série especial do clicRBS sobre a conquista da Libertadores de 1983 pelo Grêmio
À época, as semifinais da Libertadores eram disputadas na forma de triangulares. De um lado, foram agrupados os campeões das chaves 1, 2 e 3 da 1ª fase (respectivamente, Estudiantes, Grêmio e América de Cáli); e de outro, os classificados nos grupos 4 e 5, mais o campeão da Libertadores de 1982 (na ordem, o venezuelano Atlético San Cristóbal, o uruguaio Nacional, e o também uruguaio Penharol).
A campanha tricolor na 2ª fase começou no Estádio Olímpico com uma vitória de 2 a 1 sobre o Estudiantes. A partida marcou a estréia de Mazaropi. E o terceiro goleiro utilizado pelo tricolor na Libertadores deu pé-quente: o Grêmio venceu os argentinos, no dia 21 de junho, com gols de Osvaldo e Tarciso. Gurrieri marcou para o Estudiantes.
Única derrota foi na Colômbia
Em seguida, o Grêmio foi à Colômbia enfrentar o América de Cáli. E a partida se notabiliza pela única derrota do tricolor na Libertadores de 1983. A equipe gremista não foi batida nem pelos violentos argentinos do Estudiantes, nem pelo então Penharol campeão do Mundo, ou pelo badalado Flamengo de Zico. O que demonstra a força dos colombianos.
- Eles eram um time muito forte, experiente, com argentinos no grupo - lembra o volante China, titular do Grêmio em 1983.
A partida foi disputada no dia 24 de junho de 83, em Cáli. O América venceu com um gol de Gonzales Aquino, aos 23min do 2º tempo. Mas antes, o tricolor havia desperdiçado diversas chances - e houve até um erro de arbitragem.
- O Tita marcou um gol legítimo, mal anulado. E o erro não foi por pressão porque, ao contrário de La Plata, em Cáli o estádio era grande, e não havia muita influência da torcida - compara China.
O título veio do vestiário
Apesar da derrota, depois o Grêmio bateu o mesmo América de Cali no Olímpico, por 2 a 1, empatou com o Estudiantes na Batalha de La Plata em 3 a 3, e contou com a ajuda dos colombianos - que empataram com os argentinos na última rodada, para enfrentar o Penharol, campeão do outro triangular, na decisão.
China garante: o título saiu do vestiário. De uma mescla entre os jovens gremistas (o próprio China, Renato, Osvaldo, Paulo Roberto, Baidek), identificados com o clube e a torcida, com os experientes De Léon, Tita e Mazaropi. Além, claro, do trabalho motivacional do técnico Valdir Espinosa.
- Na primeira palestra o Espinosa nos disse: percam o medo de avião, nós vamos a Tóquio. Pensamos que era louco, mas foi assim durante toda a Libertadores. Ele fez uma escada no vestiário, mostrando cada jogo vencido como um degrau superado. Ele também colocava a música da campanha "nós vamos ser campeões da América", nós cantávamos juntos, e deu certo - recorda China.
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