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 | 14/06/2008 07h16min

Grêmio joga contra Iarley e a maldição do Serra Dourada

Roth conhece os segredos do Serra Dourada e quer dar fim a fracassos do Grêmio no estádio

Luís Henrique Benfica  |  luis.benfica@zerohora.com.br

Trata-se de um mistério. Ano após ano, as equipes gaúchas costumam passar por humilhações em jogos no Estádio Serra Dourada. Até fatores climáticos podem estar na origem de fracassos que o Grêmio tenta reverter a partir das 18h20min de hoje, contra o Goiás.

Se depender de seu comandante, o Grêmio chega bem preparado para o jogo em Goiânia. Celso Roth tem no currículo duas passagens pelo futebol goiano. Na primeira, em 1990, atuou como preparador físico do Atlético-GO. Em 2004, já como técnico, fez do Goiás o sexto colocado no Brasileirão. Daquela período, guardou lições que tentará colocar em prática para evitar novo vexame.

Uma delas é ficar atento ao desgaste físico, um inimigo que atrapalha quem pisa no Serra Dourada, um gramado com 118m de comprimento por 80m de largura. O Olímpico, por exemplo, mede 105m por 68m.

A sensação de desconforto é provocada pela baixa umidade relativa do ar em Goiânia, comparada com a de Porto Alegre nesta época do ano.

— Ela prejudica muito a condição física dos jogadores. A partir dos 25 minutos do primeiro tempo, já há necessidade de hidratar. A água tem que estar perto do campo - diz Roth, que, em 2004, costumava se beneficiar de fatores como esse.

O time muda para hoje. Pereira e Eduardo Costa, suspensos, e Perea, na seleção colombiana, desfalcam a equipe e alteram a forma de atuar. Marcel, por exemplo, tem características diferentes das de Perea.

Penúltimo colocado, com três pontos, o Goiás vive uma crise que pode resultar na demissão do técnico Vadão. Ontem, alguns torcedores chegaram a ameaçar com invasão do campo durante o treinamento.

A esperança de recuperação é representada por Iarley, que empolgou a torcida e a comissão técnica nos primeiros treinos.

— Este jogo será uma uma batalha. Tem de ter sacrifício, correr em campo, batalhar e contagiar o nosso torcedor — discursou o ex-colorado.

Os pecados capitais no Serra Dourada

1 — Os times visitantes, sobretudo os do Sul, sofrem com a umidade relativa do ar, que costuma ser muito baixa naquela região. Antes da primeira meia hora, já é necessário fazer hidratação.

2 — Um dos erros mais comuns cometidos pelos adversários do Goiás é o de atacar com muitos jogadores. Quando a bola é perdida, é grande a demora para se recompor defensivamente.

3 — Os visitantes também costumam marcar errado. Espaçam demais os jogadores, sem se dar conta da dimensão do gramado (com 118m de comprimento por 80m de largura, é um dos maiores do Brasil).

4 — É fundamental manter a posse de bola. Isso evita piques desnecessários.

5 — Mesmo sendo o dono da casa, o Goiás atua recuado. Desavisado, o adversário toma a iniciativa e costuma ser surpreendido em contra-ataques.

6 — No Serra Dourada, a distância entre o gramado e as arquibancadas é superior à de Olímpico ou Beira-Rio. Nos treinamentos, os jogadores tomam essa medida como referência para os lançamentos. E acabam se confundindo na partida.

 
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