| 07/06/2008 16h58min
Em entrevista coletiva na tarde deste sábado, após dias de silêncio diante da crise no governo, a governadora Yeda Crusius anunciou que aceitou os pedidos de demissão do chefe da Casa Civil, Cézar Busatto, do secretário-geral de Governo, Delson Martini, o chefe do escritório do Rio Grande do Sul em Brasília, Marcelo Cavalcante, e do comandante-geral da Brigada Militar (BM), coronel Nilson Bueno.
É a maior mudança no secretariado de uma só vez desde que Yeda assumiu o Palácio Piratini. A governadora disse que é parlamentarista e que vai consultar o conselho político na próxima segunda-feira para tratar a substituição desses nomes que saem do governo.
Gravação
Yeda ainda questionou a atitude do vice-governador Paulo Feijó de gravar uma conversa com Busatto, sem que o chefe da Casa Civil soubesse que o diálogo estava sendo gravado. Segundo Yeda, a gravação foi um "teatro" e "não tem valor ético ou moral". No
diálogo, Busatto diz a Feijó que o Detran e o Daer foram
"fontes de financiamento" para todos os governadores.
— Quem estava gravando sabia que estava gravando e pode fazer o teatro que bem quis. Busatto saberá dar a volta por cima. Tudo que ele fez na vida não se apaga com uma gravação. A fala gravada não tem valor ético ou moral quando um sabe que está gravando e outro não sabe que está sendo gravado.
Sobre o vice-governador, ela ainda acrescentou:
— Mais firme do que nunca quero manifestar minha indignação pelo comportamento do vice-governador. O Rio Grande do Sul é colocado, frente ao cenário nacional, como um Estado em que práticas de comportamento como essa jamais foram vistas. É um comportamento digno de confronto. Esse maravilhoso povo do Rio Grande do Sul não aceita não discutir frente a frente como sempre deve ser feito na política.
Yeda ainda falou da sua relação com Feijó:
— Nós nos relacionamos constitucionalmente. Sinto muito porque essa declaração do
DEM de estar ferozmente na oposição é triste. Nos faz perder
energias e forças.
Defesa
Na entrevista coletiva, que durou 36 minutos, Yeda ainda pediu provas de que o governo não estava do seu lado nesta crise e ainda destacou que a sua campanha eleitoral foi aceita como prestação de contas modelo.
— Me mostrem que o povo gaúcho não confia no meu governo. E não joguem no meu colo um filho que não é meu. O povo gaúcho está sendo bombardeado, atacado por anos por notícias negativas no campo político. Quero dizer que não fui para a política acreditando que ela não fosse o que é, mas acreditando que ela pode ser mudada. É possível evoluir sim.
Carta
Yeda comentou a postura do ex-chefe do escritório do RS em Brasília, Marcelo Cavalcante, em relação à carta que recebeu do lobista Lair Ferst com denúncias sobre o Detran:
— O Marcelo pediu demissão e deixou o governo livre para
continuar os trabalhos em Brasília. O que ele fez foi aquilo que, do seu modo de encarar a carta, era
aquilo que devia ser feito. Ele não quis me perturbar com o que não tinha fundamento de verdade.
CPI do Detran
A governadora defendeu o trabalho feito pelo governo no Detran e a investigação da CPI sobre a fraude no órgão. Segundo ela, bandeira do governo "é transparência e responsabilidade" e as irregularidades devem sempre ser investigadas.
— Nós mudamos o Detran. E se as coisas que hoje estão sendo investigadas nos ajudarem, melhor ainda. Mas tudo que precisa ser feito para que o Detran se torne um órgão modelo a um custo mais baixo, isso nos ajuda. Quando a Operação Rodin nós colocou a operação, imediatamente, nós tomamos as nossas medidas. Cada passo foi dado como transparente. Eu só fecho os olhos quando durmo e durmo muito bem, com a consciência alertada — garantiu Yeda.
Clique sobre a foto abaixo e confira a íntegra da entrevista coletiva de Yeda
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