| 06/06/2008 14h02min
O Brasil precisa recuperar o padrão de qualidade do rastreamento da carne bovina. A opinião é do secretário da Agricultura de Minas Gerais, Gilman Viana Rodrigues, que também preside o Conselho Nacional de Secretários de Agricultura (Conseagri). Em entrevista ao Mercado e Companhia, nesta sexta-feira, dia 6, ele avaliou que o processo de certificação da origem do produto nacional “adormeceu” no país.
- As certificadoras não deram o atendimento adequado e os produtores não cobraram. Ficou esse marasmo.
A rastreabilidade da carne bovina foi alvo de críticas do mercado internacional. Especialmente da União Européia, que chegou a suspender as compras do produto in natura originário do Brasil. O bloco se compromete a importar carne de propriedades habilitadas segundo regras rígidas de certificação.
Gilman Viana Rodrigues disse que esperava mais agilidade no processo. O problema, segundo ele, estaria em um distanciamento entre a gerência do Sistema Brasileiro de Rastreabilidade (Sisbov) e as propriedades.
Usando o exemplo de Minas, estado onde administra a pasta da Agricultura, o presidente do Conseagri atribuiu a baixa procura pela auditoria que pode habilitar as vendas para a Europa também a uma preparação lenta das próprias fazendas.
- É uma velocidade provinciana. Não tenho fazenda preparada para chamar auditoria. Auditamos 33 propriedades novas no Estado de Minas Gerais, além das que estavam habilitadas. O estado tem capacidade para auditar 200 por mês.
Para Gilman Viana Rodrigues, a adesão ao sistema de rastreabilidade é a principal vantagem competitiva para a retomada das exportações de carne do Brasil. De acordo com ele, nem mesmo o reconhecimento de dez Estados como livres de aftosa com vacinação, feito recentemente pela Organização Internacional de Saúde Animal, tem tanto impacto no comércio internacional.
- A classificação não impedia o comércio. O que impedia era a fragilidade do sistema de rastreamento. À medida que se perceber a vantagem da oferta de animais rastreados, vai retomar (o comércio) porque vai ter vantagem.
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