| 04/06/2008 05h51min
No terceiro dia sem técnico, a situação do Inter é a seguinte: Paulo Autuori está praticamente descartado e a contratação de Muricy Ramalho é muito difícil. Assim, a direção será obrigada a abrir o leque de opções e aguardar a movimentação do mercado.
Conselheiros influentes revelam que se admite no Beira-Rio apostar em nomes como Dorival Júnior ou Ney Franco. O certo é que a contratação não será imediata e Guto Ferreira comandará o time por mais de um jogo.
Embora Abel Braga seja considerado um amigo pela direção, principalmente pelo presidente Vitorio Piffero, sua saída desarmou o Inter. A justificativa de que assinaria o contrato da sua vida também perdeu força. O técnico trocou R$ 180 mil mensais por R$ 320 mil, longe da família nos Emirados Árabes.
A saída repentina pegou o Inter de surpresa. Dirigentes desconheciam, por exemplo, que na renovação com o Al-Rayyan Paulo Autuori acumularia também o cargo de manager. Por isso, deve seguir no mundo
árabe.
Na madrugada de ontem,
Autuori viajou para o Catar. Por coincidência, embarcou junto com Abel no vôo da Emirates. A amigos, o técnico disse ser difícil rescindir o contrato com o Al-Rayyan.
— Pelo que sei da situação dele no Catar, é improvável que ele (Autuori) treine o Inter — avisou o superintendente de futebol do São Paulo, Marco Aurélio Cunha, campeão da Libertadores e do Mundial de Clubes com Autuori em 2005.
Luigi diz que procura por técnico está em fase inicial
Diante da decisão de Autuori, restam duas opções ao Inter: torcer pela demissão de Muricy ou apostar em um nome de um escalão abaixo no mercado. Essa segunda opção é vista com reservas. Há receio de repetir o erro cometido com Gallo em 2007. Quanto a Muricy, apesar da fase atribulada no Morumbi, ele resiste em pedir demissão.
O técnico ganha R$ 250 mil no São Paulo e desfruta de estabilidade dada pelo presidente Juvenal Juvêncio. Procurado ontem, Muricy
avisou que não falaria sobre o interesse do Inter. Porém, ao
ser questionado pelos repórteres após o treino do São Paulo pela manhã, foi evasivo:
— Recebo propostas todas as semanas. Não são poucas. Toda vez que sou convidado é para ganhar muito mais. Se fosse colocar no papel tudo o que já perdi, seriam alguns milhões. Mas futebol não é isso. Trabalho a longo prazo também dá lucro.
O discurso da direção tem sido de cautela. O vice de futebol, Giovanni Luigi, insiste que não haverá pressa na contratação.
— Estamos analisando nomes e encaminhando contatos, mas até o momento não há nada — disse Luigi, às 21h de ontem.
À noite, Piffero recebeu em sua casa, no bairro Boa Vista, mais de 60 conselheiros do movimento Inter Grande. A idéia era discutir detalhes de sua reeleição. O ex-presidente Fernando Carvalho, líder do grupo político, viajou para São Paulo e não compareceu ao jantar. O nome de Tite foi sugerido outra vez a Piffero, que resiste em trazê-lo para o
Beira-Rio.
Férias porteñas
O argentino Carlos
Bianchi é um sonho inalcançável para um time brasileiro. Desde que saiu do Atlético de Madrid, há 18 meses, ele se concedeu férias. Recusou convite do Boca Juniors, em dezembro, e do América, do México, há poucos meses. A informação é de que pediu 4 milhões de euros para regressar à Bombonera, onde entre 1998 e 2004 conquistou quatro campeonatos argentinos, o tri da Libertadores e o bi do Mundial Interclubes. No Boca, Bianchi é quase uma divindade. Em 2000, ficou 40 jogos sem perder. Atualmente, ele se dedica ao jornalismo esportivo: é comentarista da Televisa, do México, e assina coluna no site argentino da ESPN.
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