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 | 02/06/2008 22h49min

Presidente da CPI do Detran aposta que áudios das interceptações telefônicas serão esclarecedores

Em depoimento nesta segunda, ex-diretor da CEEE negou participação na fraude

Atualizada em 03/06/2008 às 00h04min

Durou cerca de 6 horas e meia o depoimento do ex-diretor da CEEE e ex-superintendente da Assembléia Legislativa Antônio Dorneu Cardoso Maciel. Ele negou nesta segunda-feira, em depoimento na CPI do Detran, participação no esquema da fraude do Detran. Para o presidente da comissão, deputado Fabiano Pereira (PT), haverá muitos esclarecimentos por meio dos áudios das interceptações telefônicas da Polícia Federal (PF):

— O depoimento de Vaz Netto cita Maciel 31 vezes e atribui diálogos que tratam de Delson Martini. Maciel negou essas questões hoje na CPI. Isso vai ficar mais evidente e forte quando chegarem os áudios. Vamos verificar quem falou a verdade: Flávio Vaz Netto ou Maciel — disse.

Maciel negou também que o ex-coordenador do Projeto Detran na Fundação para o Desenvolvimento e o Aperfeiçoamento da Educação e da Cultura (Fundae), Rubem Höher, esteve em seu apartamento com uma mala de dinheiro, que seria a propina a ser distribuída às empresas sistemistas do caso Detran, segundo investigações da Polícia Federal. Questionado sobre conversas telefônicas interceptadas pela Polícia Federal, Maciel reiterou, por diversas vezes, que nunca tratou sobre assuntos do Detran com Flávio Vaz Netto.

O depoente é réu no processo judicial relativo ao caso Detran. As investigações da força-tarefa que atuou na Operação Rodin apontam o flat de Maciel como possível local de pagamento de propina aos envolvidos no escândalo da autarquia. Embora ele comparecesse à CPI na condição de informante, com o direito de permanecer em silêncio nas questões que o autoincriminassem, Maciel não se negou a responder a maioria dos questionamentos feitos pelos deputados, acompanhado por dois advogados.

O depoente disse que foi apresentado a Rubem Höher por intermédio do ex-presidente do Detran:

— Eu recebi um telefonema de Flávio que pedia que eu recebesse Rubem Höher, que tinha um projeto importante de filantropia na Fundae e precisava de uma mão para encaminhá-lo ao governo.

Maciel informou que recebeu Höher em seu apartamento por duas vezes, mas negou que houvesse qualquer tipo de “mala de propina” nessas visitas.

— Eu o recebi em meu apartamento duas vezes para tratar desse projeto. Éramos só nós dois. Flávio Vaz Netto não esteve lá. As duas vezes que Höher esteve comigo, ele levava o seu notebook dentro da sua maleta, com os equipamentos para ligá-lo. Nesse notebook estava o trabalho que ele ia me mostrar — afirmou.

Maciel disse ainda que mantém relação de amizade com Vaz Netto há 30 anos. Afirmou ainda que não tem contato pessoal ou profissional  com o advogado Carlos Rosa, mas o conhece da época em que trabalhou na CEEE. Também confirmou que conhece Lair Ferst, Chico Fraga e Delson Martini, embora não tenha proximidade com eles.
 

Editora de Zero Hora Dione Kuhn comenta o depoimento de Antônio Dorneu Cardoso Maciel na CPI do Detran:




Confira reportagem completa na edição de Zero Hora desta terça-feira.

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