| 30/05/2008 08h23min
Depois da frustração gerada pela saída precoce da Copa do Brasil e das duas derrotas no Brasileirão, o Inter vive uma reversão de expectativa em relação ao que construiu nos títulos da Copa Dubai e do Gauchão. Nesta entrevista, o vice de futebol Giovanni Luigi abre o jogo: precisa de um lateral-esquerdo, defende o uso dos jogadores da base e garante Abel Braga no cargo. Confira os principais trechos da conversa com o dirigente em sua sala no segundo piso da Estação Rodoviária da Capital, onde ocupa cargo de gerente de operações.
Zero Hora - Em janeiro, se dizia que o Inter tinha um dos melhores grupos do país. Hoje, o senhor concorda com isso ou admite que é preciso reforços?
Giovanni Luigi - Quem disse que tínhamos um dos maiores grupos do país não foi o Inter, foi a imprensa.
ZH - Mas o Inter não admitia que o grupo bastava?
Luigi
- Ah, isso sim. Temos um grupo muito bom. Agora, se vai ou não chegar entre os
cinco no Brasileirão é relativo. Se a metade estiver fora, pode haver uma queda.
ZH - Desfalques não são rotina no Brasileirão?
Luigi - Um ou dois, sim. É administrável. Mais do que isso já prejudica. E o fato de todos estarem à disposição não é garantia de vitória. Ninguém vence todas. Nem a Seleção Brasileira consegue vencer todas. Nenhum time do Brasil tem dois do mesmo nível por posição.
ZH - Mas a lateral-esquerda tem só o Ramon.
Luigi - Talvez a gente precise de algo pontual. A lateral-esquerda é um exemplo. Mas hoje, no mercado, não existe. Quais hoje são jogadores prontos? O Júnior, do São Paulo, com 35 anos? O Serginho, ex-Milan, com 37? É difícil.
ZH - E a lateral-direita?
Luigi - Com o (lateral-direito) Ricardo Lopes assinamos por um
ano. Coloquei uma cláusula de produtividade no contrato.
ZH - O senhor falou na conquista do Gauchão. Mas a
exigência técnica não é bem menor do que a exigida do Brasileirão?
Luigi - É verdade. Que dirá quem nem chegou à final deste campeonato (o Gauchão). Acho que isso não tem muita lógica. Seguimos disputando Copa do Brasil e Gauchão. Houve gente que teve um mês para se preparar.
ZH - O senhor está se referindo ao Grêmio, especificamente?
Luigi - Não. Falo de vários clubes. O Atlético-PR, por exemplo: caiu na Copa do Brasil. Ficou só com o estadual. Teve tempo para se preparar (o Campeonato Paranaense acabou junto com o Gauchão).
ZH - Existe prazo de validade para o Abel Braga como técnico?
Luigi - Ele não precisa provar sua competência. Se fôssemos dizer que existem 10 treinadores no Brasil neste patamar, o Abel é um deles. Ele ganhou o título do Gauchão há menos de um mês. Não é por
vinte e poucos dias que direi que ele não está mais tirando o que pode do grupo.
ZH - E os
guris da base: quem está pronto?
Luigi - O Taison (meia-atacante, 19 anos, 1m72cm, 64 quilos) está voando baixo. O Walter (centroavante, 18 anos, 1m76cm, 88 quilos) ficará com o grupo principal. Ele é uma mistura de Claudiomiro com Romário. Eles precisam jogar mais (vezes). Mas não tem lugar para todo mundo.
ZH - O senhor já pensou em deixar o cargo devido à pressões da crítica e da torcida?
Luigi - Quem já passou pelo que eu passei no ano passado não se assusta com pouca coisa.
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