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 | 26/05/2008 05h48min

Wianey Carlet: Inter perdeu, normal

Com meio time de reservas, perder para o Flamengo, no Maracanã, seria um resultado aceitável se não existisse um bom elenco de jogadores à disposição, e as circunstâncias da derrota não fossem a reiteração de outros insucessos acontecidos sempre que o Inter joga fora de casa. O resultado negativo agravou-se com as equivocadas avaliações de Abel Braga após o jogo. Viu defeitos na equipe após o Inter ter dominado o Flamengo na etapa inicial, gostou mais do rendimento do time quando, no segundo tempo, foi patrolado pelo adversário, elogiou jogadores de baixo rendimento e completou as extravagantes considerações classificando o resultado como mentiroso. Assustador, simplesmente.

Vestiário
Além do gol marcado, o Inter passou pelo primeiro tempo de jogo controlando o Flamengo. Neste período, teve mais posse de bola, concluiu sete vezes contra o gol de Bruno e viu Renan fazer uma única defesa, aos 32 minutos, um minuto antes de Nilmar marcar o gol colorado. Foi tão superior que o Flamengo, encurralado, só conseguiu ameaçar através de dois ou três contra-ataques. Abel, ao criticar o seu time, antecipou a palestra que faria no vestiário. Na volta para o segundo tempo, repetiu-se o que já acontecera em outros jogos: o Inter jogou como se tivesse sido anestesiado. Irreconhecível.

Culpas 1
O Flamengo tem os dois melhores laterais do Brasil. Como Ramon e Jonas foram designados para conter Leonardo Moura e Juan no campo do adversário, era razoável que nos confrontos diretos batessem os adversários e por eles fossem batidos. Ramon deu-se muito bem e Jonas foi, na pior consideração, razoável. Não foi pelos lados que o Flamengo derrotou o Inter. E nem por Ji-Paraná, o vilão preferido por nove entre 10 colorados.

Culpas 2
Abel viu Alex extraordinário. Viu mal. No máximo, atuação média. Atuações comprometedoras tiveram dois jogadores: Marcão e Fernandão. E o próprio treinador, que terminou o jogo tendo no meio-campo Andrezinho, Alex, Fernandão e Gil. No ataque, Nilmar e Adriano. Como o diabo gosta. E os adversários, claro.

Ganhando e se afirmando
Como comentei o jogo do Inter e o Grêmio enfrentou o Náutico no mesmo horário, só foi possível ver este jogo em gravação, conhecendo o resultado. É diferente, perde-se o fator surpresa. Mas não se perde a realidade do jogo. O Grêmio reafirmou a segurança defensiva do time e a sua melhor virtude coletiva: joga em todos os espaços do campo. É um time equilibrado que ataca pelos dois lados com a mesma naturalidade. Leo e Réver estão formando uma dupla de zagueiros como poucas. Rafael Carioca vai confirmando o acerto da sua promoção, Perea desencantou e Victor impõe que ninguém mais fale em contratar outro goleiro. Eduardo Costa, entretanto, repetiu a atuação modesta de outros jogos. E Soares, depois da parada, ainda não reencontrou os bons desempenhos de antes.

Vaias, até quando?
Antes do jogo, a mesma rotina: vaias para Celso Roth. Depois da vitória, manifestações constrangidas de uma torcida que vai a campo para encontrar erros do treinador e quando não os encontra tem a reação do cão que persegue o automóvel e fica sem saber o que fazer se o veículo pára. Um torcedor gremista, ouvido na Gaúcha, desabafou:

— Peço às viúvas de Mano Menezes que deixem o Celso Roth trabalhar.

Um bom conselho. Roth sabe tanto quanto a maioria dos treinadores brasileiros. Nem mais e nem menos.

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