| 15/05/2008 07h42min
Antes de assinar o contrato com a TBZ para a construção de sua arena, o Grêmio exigirá que o grupo português exponha ao Conselho Deliberativo os balanços oficiais que comprovem sua real situação financeira. A exigência decorre de informações publicadas pelo jornal 24 Horas, de Lisboa, em que a TBZ aparece como alvo de investigação do Ministério Público português por fraudes como emissão de cheques sem fundos e falsificação de produtos esportivos.
A matéria foi publicada na edição de 28 de abril. De acordo com o texto, a TBZ, empresa portuguesa que detém os direitos de imagem de Benfica, Porto, Sporting e Real Madrid, emite cheques sem cobertura e falsifica produtos desses clubes.
Dia 27 de março, em votação no Conselho do Grêmio, o consórcio formado pela TBZ e a construtora brasileira OAS ganhou a concorrência da Odebrecht para construir a arena.
Autor da matéria do 24 Horas, o repórter policial Carlos Tomás afirmou que a TBZ não desfruta de boa imagem em Portugal. Também confirmou que as supostas fraudes da empresa são investigadas pela procuradora Candida Almeida, do Departamento Central de Ação e Investigação Criminal de Portugal.
Administrador nega as acusações
Zero Hora tentou, sem sucesso, ouvir a versão de representantes da TBZ. Em direito de resposta publicado no 24 Horas, José Simão, administrador da empresa, nega as acusações e diz desconhecer qualquer investigação policial ou judicial.
O vice de planejamento do Grêmio, Eduardo Antonini, garante que o clube não corre riscos. Segundo o dirigente, o Olímpico só será entregue quando a arena estiver concluída.
– Às vezes, muitas denúncias acabam não se confirmando. No entanto, se houver condenação, vamos tomar as atitudes necessárias – assegurou.
O presidente do Conselho Deliberativo, Raul Régis de Freitas Lima, reitera que o Grêmio se cercou de todas as garantias ao expedir as cartas-convites aos grupos que participaram da concorrência. Uma delas foi exigir um seguro bancário que cobriria os gastos para finalizar a obra, caso a empresa vencedora tenha problemas para concluí-la.
– É evidente que não assinaremos contrato com uma empresa que apresente problemas. Eles precisarão apresentar garantias bancárias e que comprovem sua regularidade jurídica, fiscal e financeira – afirmou, sem descartar a hipótese de tratar-se de "matéria sensacionalista".
Dia 19, o presidente da TBZ, João Barroqueira, chegará a Porto Alegre. Durante três dias, ele analisará com a direção do Grêmio detalhes referentes ao contrato, que passará por votação no Conselho e tem prazo até o final de junho para ser assinado.
Comissão para acompanhar projeto
Uma comissão formada pelos conselheiros Milton Camargo, Irany Santana Jr., Rodrigo Karan, Jorge Buchabqui, Newton Quites e Rogério Tolfo foi nomeada por Raul Régis para acompanhar o projeto da arena.
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