| 14/05/2008 23h10min
O episódio da bomba que explodiu no Estádio Heriberto Hülse, na partida entre Avaí e Criciúma, e resultou na amputação da mão do torcedor Ivo Costa, parece estar longe de um ponto final. Seu Ivo ganhou como "prêmio" a título de indenização um cheque de pouco mais de R$ 5 mil da Unibanco AIG Seguros.
A família do torcedor está indignada com o baixo valor pago pelo seguro. De acordo com Rosinei Costa, sobrinho de Seu Ivo, a previsão era de que fossem pagos R$ 18 mil, dos quais 50% seriam destinados às despesas médicas do Hospital São José, onde a vítima ficou cinco dias internada.
— Isso é um absurdo. Meu tio é atingido por uma bomba, perde uma mão e recebe uma quantia dessas, enquanto quem foi o responsável por isso tudo está aí pelas ruas novamente e com muita saúde — lamentou Rosinei.
A revolta da família também está no conteúdo da explicação apresentada junto com o cheque. Ao questionar os valores, seu Ivo foi informado de que só receberia os R$ 9 mil integrais se tivesse sofrido amputação das duas mãos. Os sobrinhos de seu Ivo alegam que essa indenização é praticamente insuficiente para compensar as despesas surgidas por conta do acidente. Medicamentos, roupas e despesas gerais com pessoas que ajudam seu Ivo a enfrentar a falta da mão direita estão na lista de gastos.
Seguradora afirma que perito é que determina indenização
O corretor de seguros da Unibanco AIG, que acompanhou o caso, Nelson Citton, argumentou que quem define o valor da indenização é a perícia médica.
— Quem ordena para pagar alguma coisa não é a seguradora e sim o médico que realiza o exame.
No entanto, seu Ivo prefere não se incomodar se o dinheiro será em quantia maior ou menor. Sem a mão, não consegue realizar tarefas domésticas como cozinhar ou limpar a casa.
— Perdi uma mão, perdi tudo. Dinheiro não adianta nada para mim agora — explicou o aposentado, ainda com sentimento de tristeza pelo acidente.
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