Kátia Baggio  |  reportagem@canalrural.com.br

Os derivados do leite de cabra são cada vez mais procurados. Produtores estimam que o Brasil produz apenas 20% do que consome neste segmento. Na Expoingá, os visitantes podem saborear queijos finos e até sorvete fabricados com leite de cabra.

Queijos de vários tipos, pãozinho de queijo, doce em tablete, sorvete. Tudo feito com leite de cabra. Com manejo adequado, cada animal pode dar até seis litros de leite por dia. Parece pouco perto dos 30, 40 litros diários de uma vaca, mas o leite de cabra tem preço dez vezes melhor e o custo, especialmente com alimento, é bem menor. Além do valor agregado que vem dos derivados.

Para os criadores, a região Sul do Brasil é excelente para as cabras porque a área de pastagem é grande. Quanto mais pasto, maior a produção de leite. E, conforme o alimento típico de cada região, o leite adquire um sabor e aroma, o buquê, como eles chamam, bem personalizado e o queijo e outros produtos fabricados com esse leite também. Esse é um diferencial importante na hora da venda.

O criador Juarez Mendonça mora na divisa do Paraná com Santa Catarina, região com muitos pinheiros. Como os animais se alimentam de pinhão, ele garante que o sabor dos produtos é especial.

– Como eles comem muito pinhão, o leite e os derivados ficam com um sabor diferente, assim como os animais que são criados em outros locais e se alimentam da vegetação típica de lá. Essa é a principal vantagem de oferecer pastagem para as cabras, além da qualidade do leite ser muito melhor do que as que se alimentam basicamente de ração.

Os produtores vieram de uma pequena indústria que o criador fundou em parceria com seis vizinhos. Uma boa alternativa de renda para a pequena propriedade. O queijo camambert de cabra é fabricado com um fungo importado da Suíça, que produz um típico mofo comestível. O defumado tem especiarias e a cura desses queijos pode levar de 30 dias a seis meses. Produto diferenciado, preço também, renda melhor.

– Essa é uma alternativa garantida porque a demanda é muito maior do que o mercado está produzindo. É para um público específico, que conhece o produto europeu e reconhece a qualidade do nosso – afirma Mendonça.

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