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 | 05/05/2008 22h23min

Ex-diretor do Detran diz que contrato com a Fatec não trouxe prejuízo para o Estado

Hermínio apresentou documentos da Cage aos deputados

Atualizada em 06/05/2008 às 06h51min Adriano Barcelos e Adriana Irion

O administrador de empresas e ex-diretor do Detran, Hermínio Gomes Júnior, indiciado pela Polícia Federal na Operação Rodin, afirmou que estava disposto a colaborar com a CPI do Detran.

Hermínio apresentou um relatório da Cage que comprovaria que os repasses de recursos para a Fundação Carlos Chagas seriam maiores do que os valores destinados à Fatec. O ex-diretor disse que a contratação da Fatec não causou prejuízo para o Estado, e que o problema entre as fundações e as subcontratadas não é de competência do Detran:

— A Fatec manteve o contrato congelado por 18 meses, a menor em relação aos valores da Carlos Chagas. O contrato foi legal, com parecer da PGE — disse o ex-diretor.

Negou ter tido contas pessoais pagas pela empresa sistemista de seu cunhado, que depôs antes dele, Pedro Luiz Saraiva Azevedo. Sobre detalhes da fraude, ao invés de silenciar, disse não saber ou não lembrar.

Ao inquirir Herminio, o presidente da CPI, Fabiano Pereira (PT), retomou o tema sobre os órgãos de controle. Fez o engenheiro e administrador de empresas admitir que antes de haver um parecer favorável da PGE no contrato, ele mesmo já atestara, com base em manifestação jurídica de sua assessoria, que o contrato era legal. Fabiano também questionou o fato de Herminio só ter sabido das sistemistas um ano depois do começo do contrato, em 2004:

— O senhor não deveria fiscalizar? Então a fiscalização não era eficiente.

— As sistemistas são uma coisa normal para uma empresa privada — respondeu o ex-diretor da autarquia.

O deputado Paulo Azeredo (PDT), vice-presidente da CPI, falou sobre um saque de cerca de R$ 600 mil que Herminio fez em uma conta conjunta que tinha com uma tia, já falecida. O engenheiro disse que o assunto estava sendo tratado judicialmente.

Ao final do depoimento, que se encerrou à 0h59min, o advogado do ex-diretor, Fabio D'avila, explicou que o dinheiro que abastecia essa conta, na qual havia mais de R$ 1 milhão, era todo de propriedade da tia de Herminio. O fato dele ter sacado metade motivou questionamento judicial por parte de outros herdeiros.

O último a depor, na sessão que começou nesta segunda-feira, foi o ex-reitor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Paulo Sarkis. Ao ser questionado pelo deputado Gilmar Sossella (PDT) se havia feito doação para algum partido político, Sarkis declarou que sim, mas não revelou o nome:

— Se eu revelar aqui na CPI pode trazer prejuízo para a imagem da pessoa.

Sarkis disse apenas que se tratava de um político do PDT.

A sessão da CPI foi encerrada às 4h29min. Minutos antes, Azeredo comunicou que às 5h estava partindo para o Uruguai. Ele viaja atrás de contas bancárias e aplicações financeiras dos indiciados na Operação Rodin.

 
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