| 30/04/2008 14h33min
Um dos jogadores mais identificados com a torcida chegou ao Inter há menos de um ano, em junho de 2007, já com quase 30 anos de idade. No entanto, a rápida ambientação de Magrão fez com que virasse um dos símbolos de garra do time e recebesse rasgados elogios do técnico Abel Braga, além de produzir frases como a desta quarta:
— Quero muito este título. O de Dubai valeu muito para mim, mesmo que muita gente diga que não vale. Foi o meu primeiro e foi contra a Inter, de Milão, e o Stuttgart. Mas esta final de domingo vai ser o jogo da minha afirmação aqui no Inter. Seria o meu Mundial — disse o volante.
É assim que Magrão terminou de contar a história de sua chegada ao clube. Antes, revelou que, quando saiu do Japão, teve propostas do Hertha Berlim, da Alemanha, e de outros grandes clubes do Brasil, como São Paulo, Flamengo e Cruzeiro. A primeira opção estava descartada, pois "respeito muito o São Paulo, mas ficaria complicado depois de já ter jogado no Palmeiras e no Corinthians", garante. A cidade também pesou na escolha.
— E sempre era muito difícil jogar contra o Inter. Eu admiro o estilo de futebol aqui do Sul. Além disso, sempre ouvia falar que Porto Alegre era um exemplo, e achei que seria um ótimo lugar para criar meus filhos — conta.
Segundo Magrão, o esforço da diretoria colorada em contratá-lo também foi fundamental:
— O seu Giovanni (Luigi, vice de futebol) viajou umas cinco vezes para São Paulo. Cada vez que saía uma notícia de que eu estaria me
transferindo para outro clube, ele ia lá falar comigo. Vendo o grande
elenco que o Inter tinha, e que tinha acabado de ser campeão do mundo, pensei: "Esse é o time".
Prova da boa relação que gosta de manter com as arquibancadas, Magrão relata que sentia falta da pressão da torcida quando defendia o Yokohama Marinos.
— Para jogar futebol, eu tenho que estar identificado. Lá no Japão, foi muito triste para mim. Não muda nada se você ganha ou perde, todo mundo te aplaude igual. Se perde, tem que ir dar sessão de autógrafos no shopping, como se nada tivesse acontecido. Aqui, a cobrança sadia e o carinho que a gente recebe dos torcedores incentiva a correr mais, a buscar mais e a querer muito este título — garante.
Se Magrão mudou a forma de o Inter jogar, como disse Abel Braga, dá para dizer também que o Inter mudou a vida dele:
— Mesmo na época em que cheguei à Seleção, nunca vivi um momento tão bom na minha carreira. Naquela boa fase no Palmeiras, que me rendeu a convocação, não me sentia tão jogador
quanto me sinto hoje.
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