| 25/04/2008 16h02min
Convocada para a fase de treinamentos da seleção brasileira feminina de vôlei para a Olimpíada de 2008, a central Carol Gattaz revelou que pretende atuar no Brasil novamente após a disputa dos Jogos de Pequim. Na última temporada, ela atuou pelo Jesi, equipe eliminada nas quartas-de-final do Campeonato Italiano.
– Minha maior vontade era voltar ao Brasil – disse a jogadora, que lamentou a ausência de mais times com a estrutura de Osasco e Rio de Janeiro, para manter as atletas nacionais no país. – A gente sempre espera que surja outra equipe com um patrocínio forte, mas infelizmente sempre fica somente Osasco e Rio – comentou.
Com passagem pelo time do interior paulista, Carol tem um bom impulso para voltar a jogar em território verde-amarelo: assim como na última temporada, a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) determinou que atletas repatriados valerão zero no ranking de classificação dos jogadores. A listagem varia de zero a sete, e busca equilibrar as forças entre as equipes. Porém, ao menos por enquanto, ela diz ainda não ter iniciado negociações com algum time.
– Os campeonatos ainda não acabaram e o mercado está parado – justificou.
Upgrade na Itália
Apesar do desejo, a meio-de-rede garante não ter se arrependido de sua passagem pela Itália. Quando chegou Jesi, ela teve atuações fracas, mas foi melhorando no decorrer da competição.
– Antes da Olimpíada, eu queria disputar um campeonato forte, dar um upgrade e conhecer jogadoras de fora. Ganhei em experiência, estilo de jogo e atuei com várias atletas excelentes em um campeonato fortíssimo – comemorou.
Preparação físixa
No entanto, a preparação do vôlei europeu costuma dar menor ênfase à parte física. Carol superou o problema graças ao bom trabalho realizado pelos preparadores físicos José Elias de Proença e Angelo Vercesi.
– Estou bem, sem contusões. Minha preparação foi puxada, graças aos dois, que se mantiveram em contato comigo. Não é que lá a preparação física seja pior, mas não temos tempo de fazer uma musculação puxada, pois jogamos todo domingo e quarta. Então, não é possível forçar muito entre as partidas – explicou.
Pressão italiana
Porém, nem tudo correu exatamente como Carol esperava. Ela reclama da pressão exercida pelos dirigentes italianos, especialmente sobre as jogadoras de outros países.
– A estrutura da equipe é boa, mas lá é uma outra sociedade e a cabeça deles não funciona muito como a nossa. Eles cobram muito das estrangeiras e, como era meu primeiro ano lá, poderiam ter me ajudado um pouco. A Marcelle (levantadora brasileira da equipe) me ajudou muito e, se não fosse por ela, teria sido pior em dobro – admitiu.
Seleção brasileira
De folga até o dia 5 de maio, quando se apresenta em Saquarema, Gattaz espera render muito mais defendendo a camisa amarela. Ela concorre com Walewska, Fabiana e Thaisa na briga por uma das três vagas de central em Pequim.
– Todas nós temos na seleção melhores condições, especialmente no aspecto de treinos – afirmou a jogadora.
O descanso, para ela, tem sido mais para a cabeça. A pedido do técnico José Roberto Guimarães, ela tem adiantado a realização dos exames médicos e cuidado da forma física.
– Não cheguei a temer não ser convocada até porque às vezes é comum um jogador ter dificuldades de adaptação em país diferente. Não é fácil. Mas sei onde posso chegar, batalhei e cheguei no Jesi. E muito mais ainda está por vir – avisou.
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