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 | 19/04/2008 19h03min

Seu Ivo faz apelo de paz para o clássico Avaí x Criciúma

Vítima da bomba caseira jogada por torcedores do Leão não irá ao Estádio torcer

Cristiano Rigo Dalcin  |  cristiano.dalcin@diario.com.br

Vítima da maior tragédia do futebol brasileiro em 2008, o aposentado Ivo Costa, 63 anos, não estará presente ao jogo decisivo da tarde deste domingo, no Estádio da Ressacada, apesar de ter sido convidado pela direção do Avaí.

Traumatizado, ainda, pela amputação da mão direita, após ser atingido por uma bomba caseira nas arquibancadas do Heriberto Hülse, "Seu" Ivo quer acompanhar o jogo pelo rádio.

O convite para assistir ao jogo surgiu na véspera da Páscoa, quando recebeu a visita de diretores do Avaí, que o presentearam com ovos de chocolate e uma camisa azurra. Mas a recusa não foi motivada pelo fanatismo pelo Tigre, revelado pela camisa e pelo boné personalizado que veste para desfilar pelas ruas do bairro Brasília, onde caminha livremente.

— Quero acompanhar o jogo de casa. Agora peguei medo. O meu sobrinho se dispôs a me levar de caminhonete, mas não quero ir. É mais perigoso, até, pela viagem — afirma.

Uma semana após conceder entrevista ao Diário Catarinense, o torcedor voltou a repetir que ainda lembra da reação dos torcedores do Avaí após a explosão da bomba. Instigado a fazer um apelo de paz no Estádio da Ressacada, "Seu" Ivo foi taxativo:

— O torcedor tem que ter calma e não jogar coisas no gramado, como pedras. Eu nunca fiz esse tipo de coisa. Ver o futebol é que é o mais bonito — completa.

PM terá cerca de 260 policiais

Para evitar cenas como esta, a Polícia Militar (PM) vai colocar cerca de 260 policiais para prevenir a violência. De acordo com o comandante geral da instituição, coronel Eliésio Rodrigues, a revista aos torcedores está sendo aperfeiçoada para que não ninguém entre com artefatos como o que deceparam a mão de Ivo Costa.

— Aquilo serviu de um mau exemplo para colhermos bom exemplos como o do seu Ivo. Mesmo com a idade avançada e debilitado, ele foi ao estádio torcer com tranqüilidade — disse.

As principais dicas são para que os torcedores dirigirem-se cedo ao estádio e que não fiquem perambulando fora da Ressacada. O objetivo é evitar confusão.

— O torcedor tem que estar ciente de que faz parte do sistema do jogo e não procurar  burlar o policial. Porque vai burlar a si próprio e aos companheiros que estão do lado — afirmou.

O comandante lembra que os torcedores do Criciúma não podem entrar no estádio com as cores do time. Por causa dos incidentes de violência no primeiro turno, a Federação Catarinense de Futebol (FCF) baixou uma resolução com esta medida.

 
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