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 | 20/03/2008 06h03min

Ruy Carlos Ostermann: Finalmente dois gols

Duas coisas eram importantes: sem dúvida, vencer o jogo, e, por acréscimo, vencer por diferença de dois gols. Não haveria o segundo jogo em Porto Alegre e haveria folga. No final, já nos descontos, é que o time do Inter conseguiu esta qualificação. E numa brilhante jogada, com troca de passes que começou por Edinho e teve uma continuidade magnífica por Guiñazu, o chute de Adriano, que já recompunha havia algum tempo o ataque do Inter, foi forte, cruzado, alto e definitivo. O Inter não chegou a jogar bem. Só jogou um pouco mais no segundo tempo, quando Guiñazu ficou mais centralizado, e a figura de um centroavante começou a ser esboçada. Foi o que reabilitou Fernandão e deu esta folga ao time. O Inter agora pode se dedicar outra vez ao Gauchão com a certeza de que já está na terceira fase da Copa do Brasil.

Antes do feriadão
Foi acertada a decisão do Grêmio, respaldada pela federação: antecipar o jogo de sábado para esta tarde no Olímpico. Amanhã é feriado religioso que emenda o fim de semana, quem pode está saindo de sua cidade ou gostaria de ficar quieto no seu canto já tomou essa decisão, tudo mais pode ser estorvo. O jogo da tarde é uma introdução ao feriadão, pode ter bastante torcedor, às 20h todo mundo está em casa. E é um jogo interessante.

Celso Roth pode usar Jean na zaga porque Leo, o titular, está machucado, pode exercitar uma forma de ataque sem Soares, que continua fora por um tempo, e ontem no treino da manhã se machucou Willian Magrão e joga Nunes. Os times precisam conviver com desfalques e impedimentos, o time do Grêmio, de melhor campanha geral, pode prescindir do jogo como exigência de classificação e se dedicar mesmo às alternativas. Além de apurar um pouco mais a preparação de Roger e a climatização de Julio dos Santos. O Sapucaiense, que não pode prescindir de suas pequenas chances de classificação.

Empate
Empatar o jogo com um pênalti que ainda se discute muito na Venezuela é um esclarecimeno a respeito das dificuldades que teve o Cruzeiro. Vi apenas o primeiro tempo porque não resisti ao cansaço da viagem a São Paulo e tombei na cama. O time de Adilson Batista jogou pouco, quase sem ataque e sem garantias de meio-campo. O Caracas se corrigiu, jogou bem mais do que no Mineirão e se justificava no 1 a 0, gol de cabeça, na cara do gol sem zagueiros ou goleiro. Mas salvou-se, o empate garante a liderança e passa por cima dos desfalques que rebaixaram muito o time. Adilson tem razão: a decisão será na última rodada do Grupo 1 entre Cruzeiro, Caracas e São Lorenzo.

Numa listagem dos 10 melhores times em atividade no país por certo o Cruzeiro está entre eles, sem favor, com base no que vem fazendo. Mas anteontem, eu que dormi, mas todos os meus amigos que viram o jogo inteiro, embora relevassem o fato do time com cinco reservas, estão chegando a uma conclusão preliminar: pode faltar time para Adilson Batista, mais adiante.

Copa
Quem aprendeu a gostar de futebol por seus estadinhos do Interior sabe avaliar bem o significado sociológico, de imenso apelo popular e financeiro da assim designada copa, que é onde se vende soberanamente cerveja. É, muitas vezes, a principal fonte de arrecadação do clube e um dos núcleos de prazer no estádio. Geralmente não fica em exposição pública, mas é colocada atrás de uma arquibancada, à sombra, quase na saída e em espaço aberto. Bebe-se muito, faz-se bom dinheiro, são as duas razões da queixa sobre a Lei Seca que foi aprovada na Assembléia Legislativa e vai à sanção do Governo. Faz parte do esforço para se beber menos em local público.

 
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