O governo da China rejeitará qualquer ação para dar um tom político aos Jogos Olímpicos de 2008, sobretudo aquelas que apelam para os direitos humanos. É o que garantiu nesta terça, em entrevista coletiva, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país, Jiang Yu.

– Algumas organizações estão ligando alguns temas aos Jogos Olímpicos para difamar a imagem do país e exercer pressão sobre o governo chinês. Os propósitos deles não merecem ser mencionados e eles não terão sucesso – afirmou Jiang.

– Nenhum país no mundo é perfeito na área de direitos humanos. O povo chinês está desfrutando de muitos direitos que nunca teve antes. O governo tem defendido diálogos com base na igualdade para diminuir as diferenças e promover o desenvolvimento dos direitos humanos no mundo – acrescentou.

As declarações foram dadas a pretexto da recusa do governo da China de participar de uma mesa de diálogo proposta pela Anistia Internacional (AI) nesta semana, na Holanda, para discutir direitos humanos e Jogos Olímpicos.

A AI e outras organizações, como China Human Rights Defenders (CRD) e Repórteres Sem Fronteiras (RSF), acusaram a China de promover perseguição contra a dissidência política, que aumenta à medida que se aproximam os Jogos de Pequim.

A detenção no final de dezembro de Hu Jia, ativista defensor dos direitos dos soropositivos e crítico da política ambiental de Pequim, revoltou as organizações não-governamentais, que pediram sua libertação e o fim da perseguição à dissidência.