| 11/12/2007 05h28min
O Olímpico perde o seu capitão ao liberar William, poda uma liderança moral, destrói o eixo da defesa, que observava no zagueiro a sua base de sustentação. Cai uma das referências positivas do blindado vestiário azul. O time de Mano Menezes se desmancha aos poucos, amarela na foto e desaparece sem que o Salgado Filho reponha. A temporada 2007 acabou, a dança dos técnicos está quase completa e os novos jogadores vão se acomodando no seus clubes. Bem, em quase todos.
O Grêmio precisa uma série de bons jogadores. A ausência de goleiro, articulador e centroavante congestiona o futuro imediato do clube. Não há segurança, qualidade ou gols quando o trio, alegria do torcedor, é catado à unha.
O vizinho colorado tem os três, e com bons reservas, e se preocupa apenas com detalhes, acessórios. E nas posições feitas em casa mesmo, como os alas. Eles já atenderam por laterais, mas no futebol contemporâneo possuem funções múltiplas, defesa, meio-campo e ataque e ainda
são liberados para tentar o
gol. Com o esquema eleito no Beira-Rio é o 3-5-2, Wellington Monteiro e Alex, se conseguir fazer uma seqüência de jogos sem pedir auxílio ao DM, assumem suas funções sem invencionices.
O sono tranqüilo de Abel não é o de Vagner Mancini. O paulista pisa num vestiário desconhecido, que precisa ajudar a reconstruir, a renovar e a progredir. Talvez o interior de São Paulo seja um começo, se é que os grandes de São Paulo ainda não fizeram o rapa no fértil mercado caipira.
A região do Prata seria outro caminho, o melhor, até porque nenhum dos quatro estrangeiros da temporada 2007 receberam o carimbo da unanimidade. Mas em espanhol, a linguagem favorita do dinheiro é o dólar.
Fantasia brasileira
O pedalador paulista Robinho ainda luta pelo seu reconhecimento espanhol e europeu. Os fãs do Real Madrid estão no meio do caminho entre o grito e as palmas. Vibram um dia, desconfiam no outro. Querem menos firula, mais
competição. Robinho luta contra a sua fama injusta. Ele
desembarcou no Santiago Bernabeu no Ano Novo de 2005 com auréola de jovem príncipe, clone de Pelé, legítimo sucessor de Ronaldinho, o motivado número 1 planetário da época. Conseguiu pouco, nem um lugar seguro entre os 11 do Madrid. Ele não é da turma do Gaúcho e de Kaká. É de outra.
Hoje, Robinho enfrenta outra decisão em casa, onde precisa mostrar que pode mais. O Madrid (oito pontos) recebe a Lazio (cinco) e garante a passagem à próxima fase da Copa dos Campeões com vitória, talvez com empate. No outro jogo, Olympiakos (oito) e Werder Bremem (seis) ainda sonham com uma das duas vagas.
Depois de muito tempo, o Madrid pode contar com quatro brasileiros entre os titulares. Observe: Casillas; Sergio Ramos, Cannavaro, Pepe e Marcelo; Diarra, Guti, Sneijder (Júlio Baptista); Robinho, Raúl e Van Nistelrooy.
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