| 19/11/2007 14h40min
Um dia após o empate com o Peru, Dunga fez uma avaliação sobre o desempenho da Seleção e a expectativa para confronto da próxima quarta, contra o Uruguai, em uma entrevista coletiva. O técnico espera muitas dificuldades no Morumbi, mas diz que não vai mexer no time porque acredita que os jogadores precisam de confiança.
— A gente tem dois dias para treinar entre os jogos. Fizemos bons amistosos, ganhamos a Copa América, então não é porque um jogador não rende o esperado em um dia que tem que tirar ele do time. Senão, acaba perdendo confiança. O jogador tem que saber que tem a minha confiança. É claro, se for mal cinco ou seis jogos, aí tem que trocar. Temos que encontrar as soluções aos poucos, nestas Eliminatórias — explicou.
Um jogador, no entanto, precisará ser trocado. O substituto de Lúcio, suspenso com segundo cartão amarelo, já está definido, mas Dunga não anunciou se será Alex ou Naldo. Outra questão debatida foi o aproveitamento do trio de craques da Seleção:
Kaká, Ronaldinho e
Robinho. O posicionamento de Kaká, principalmente, foi considerado muito defensivo por alguns críticos.
— Todos têm liberdade de atacar, só que para colocar todos juntos, tem que haver um posicionamento. Todo mundo tem que colaborar, ajudar, e não esperar que as coisas aconteçam naturalmente. E também não podemos cobrar tudo desses três jogadores, colocar toda a responsabilidade neles — defende.
A terceira posição na tabela, quatro pontos atrás da líder Argentina, não assusta o comandante brasileiro, pois é "recém a segunda etapa das Eliminatórias", depois de três partidas, com duas fora do país. Para melhorar o retrospecto, é imprescindível uma vitória na quarta. Para isso, Dunga espera que não haja animosidade da torcida. O técnico elogiou Rogério Ceni, do São Paulo. No domingo, o goleiro pediu que a torcida não grite o nome dele no Morumbi, mas apóie o atual dono da camisa 1, Júlio César.
— Quem dera todos tivessem a personalidade e o caráter do
Rogério Ceni. A torcida tem que
apoiar. É a Seleção que está ali, acima de tudo. Esses atletas deixaram suas famílias, deixaram várias coisas para tentar representar bem o Brasil, e eles vão conseguir — afirmou.
Dunga ainda elogiou a atuação de Luís Fabiano, que foi convocado por ele pela primeira vez e jogou cerca de 20 minutos contra o Peru. No entanto, despistou e elogiou também Elano e todos jogadores que têm entrado nos jogos, pois "precisam estar sempre prontos". Defendeu a atuação de Vágner Love, dizendo que é normal no futebol moderno o atacante ter poucas chances de gol na partida.
Por fim, o técnico afirmou que a Seleção precisa buscar na quarta os três pontos, e não "dar espetáculo":
— Tem que buscar a vitória. Espetáculo é muito relativo. Espetáculo também é uma defesa do Júlio César, um corte do Juan, um cruzamento do Maicon ou do Giba, um desarme do Mineiro. É claro, isso tem que culminar com o gol lá na frente, mas temos que rever esse conceito de espetáculo.
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