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 | 20/09/2007 16h56min

Brasil encara a Áustria no carpete coberto pela Copa Davis

Equipe tem dois desfalques e joga em um piso pouco comum por aqui

Após quatro anos fora do Grupo Mundial da Copa Davis, o Brasil tem uma nova oportunidade de voltar à elite da competição a partir desta sexta-feira, dia 20, quando encara a Áustria, em Innsbruck, num dos oito confrontos de repescagem do principal torneio por países. A equipe vencedora disputa o Grupo Mundial em 2008. O clicRBS acompanha os jogos ponto a ponto.

Serão um total de cinco partidas, sendo que no primeiro dia de disputa ocorrem dois jogos de simples. A partir das 7h desta sexta-feira, Thomas Bellucci, de 19 anos e 248º do ranking, encara Jürgen Melzer (42º) e, em seguida, Ricardo Melo (204º) enfrenta Stefan Koubek (54º).

No sábado, Guga e André Sá jogam contra Jürgen Melzer e Julian Knowle, às 9h. No domingo estão programados outros dois jogos de simples. Às 6h, Ricardo Mello pega Jürgen Melzer e, em seguida, Thomaz Bellucci faz o duelo com Stefan Koubek.

Confrontos no carpete coberto

O duelo fora de casa acontece em um piso nada comum para os brasileiros: o carpete coberto. As dificuldades, entretanto, vão além disso: o fato de enfrentar adversários mais bem ranqueados e uma série de problemas envolvendo os atletas nacionais também preocupam.

Maior ídolo da história do tênis nacional, Gustavo Kuerten, que vai jogar duplas, ainda sofre para recuperar a forma física e técnica depois de duas cirurgias no quadril. Atualmente ele está em 661º lugar no ranking mundial.

Nas duplas, o ex-número um do mundo atuou há algumas semanas ao lado do norte-americano Robby Ginepri, no Aberto dos Estados Unidos, e caiu logo na primeira rodada diante de André Sá e Marcelo Melo.

Baixas na última hora

Flávio Saretta, o número um do país, foi cortado dias antes do embarque para a Áustria, na semana passada, devido a uma contusão no cotovelo direito, e não poderá ajudar a equipe.

Quem também abandonou o time de última hora foi o duplista Marcelo Melo, semifinalista em Wimbledon e quadrifinalista no Aberto dos Estados Unidos ao lado de Sá. Número 25 no ranking de duplas, Melo alegou problemas particulares para não acompanhar os demais atletas rumo à Europa.

Desta forma, a equipe brasileira é composta por Ricardo Mello (204º do mundo), Marcos Daniel (210º), André Sá (29º no ranking de duplas) e do juvenil Thomas Bellucci (248º), que apesar de ter sido convocado pelo capitão Francisco Costa para ajudar nos treinamentos, acabou ficando com a vaga de simples, e de Gustavo Kuerten (661º).

Os representantes do Brasil

Marcos Daniel, que aparece como reserva, nem consta no ranking de duplas da ATP. Ele é o menos experiente da equipe em Davis e fez apenas uma partida de simples (perdeu para o paraguaio Francisco Rodruguez, em 2004) e uma de duplas (venceu os equatorianos Nicolas Lapentti e Carlos Avellan, ao lado de Sá, também em 2004), ambas no saibro.

Ricardo Mello também só jogou no saibro, entre 2005 e 2007, e todas as suas sete vitórias foram em divisões inferiores, contra adversários de países com pouca tradição como Antilhas Holandesas, Colômbia, Uruguai, Equador, Peru e Canadá. As duas derrotas foram para o peruano Luis Horna e o sueco Robin Soderling.

André Sá soma 10 vitórias (sete em duplas) e oito derrotas (quatro em duplas), mas também jogou na maioria das vezes contra rivais de países periféricos no tênis. O resultado mais expressivo foi em 2003, quando bateu os suecos Jonas Bjorkman e Magnus Larsson ao lado de Guga.

As estatísticas negativas, no entanto, não desanimam o capitão Francisco Costa.

– Os jogadores evoluíram muito nessa semana. Os treinos no Brasil ajudaram a não sair do zero, e quando chegamos na Áustria já estávamos em ritmo de jogo – diz.

Adversário

Pelo lado da Áustria, vice-campeã da Davis em 1990, todos os principais atletas estarão à disposição do capitão Gilbert Schaller: Jurgen Melzer (42º do mundo), Stefan Koubek (54º), Werner Eschauer (62º) e Julien Knowle (10º no ranking de duplas e atual campeão do Aberto dos Estados Unidos ao lado do sueco Simon Aspelin).

– Se olharmos o currículo dos dois grupos, temos vantagem – reconhece Schaller, depois de verificar que o único top 150 dos adversários, Flávio Saretta, não pôde viajar devido a uma contusão. Além disso, o fato de jogar em casa, também é visto como uma vantagem pelo austríaco.

Melzer, no entanto, evita falar em favoritismo. Principalmente pelo que aconteceu na primeira rodada da competição, em fevereiro, quando os austríacos receberam uma desfalcada Argentina também em confronto no carpete coberto e perderam por 4 a 1.

No único confronto já realizado contra Áustria na história da Davis, os brasileiros levaram a melhor: 4 a 1 em 1996, no piso rápido do Hotel Transamérica, em São Paulo.

GAZETA PRESS
Marcelo Ruschel / POA Press

Grupo brasileiro, mesmo desfalcado, segue motivado
Foto:  Marcelo Ruschel  /  POA Press


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