O presidente da Comissão de Ética do Grêmio, Geraldo Nogueira da Gama, entregou nesta segunda uma carta de demissão coletiva ao presidente do Conselho Deliberativo, Mauro Knijnik. Segundo o documento, o motivo da decisão foi o arquivamento, sem leitura, do relatório feito pela comissão sobre o caso dos cheques da ISL, que seria apreciado no processo contra o ex-presidente José Alberto Guerreiro.

– No momento em que os fatos ocorreram, restou sem sentido o trabalho e a permanência dos membros da Comissão de Ética na mesma, inclusive porque toda a sua atividade somente ocorreu em função de determinação de parte expressiva – e legalmente suficiente – do próprio Conselho – diz a carta.

O Presidente Mauro Knijnik lamentou o pedido de demissão. Para ele, é uma pena que conselheiros tão dedicados ao clube tenham de deixar a comissão.

– São homens de elevada competência e ética que prestaram inestimáveis serviços ao clube, que perde muito com tudo isso – disse Knijnik. Além de Nogueira da Gama, integravam a Comissão os conselheiros Pedro Ruas, José Jesus de Camargo, Francisco Motta e Omar Selaimen.

No último dia 13 de agosto, o Conselho se reuniu para decidir se o ex-presidente do clube José Alberto Guerreiro seria ou não excluído do quadro social do clube. A decisão seria tomada com base no relatório dos cheques da ISL. No entanto, Fábio Koff e Paulo Odone sugeriram que o processo fosse arquivado sem a leitura do texto, o que acabou sendo aceito após votação, por 115 a 89.

Presidente entre 1999 e 2002, Guerreiro é suspeito de envolvimento no desvio de US$ 310 mil em cheques enviados ao Grêmio em 2000 pela ISL, ex-parceira do clube, para saldar dívidas. O dirigente ainda responde processo na Justiça. Se for condenado, ele será automaticamente expulso do Conselho, conforme prevê o estatuto do clube.

O pedido de demissão foi feito durante a solenidade comemorativa aos 104 anos do Grêmio. Na ocasião, o conselheiro Túlio Macedo recebeu o título de sócio benemérito do clube.

– Em toda a minha trajetória aqui no Grêmio eu sempre me orientei pela postura e comportamento ético e esportivo de homens como o patrono Fernando Kroeff, o Presidente do Conselho Pajehú Macedo e Silva, o Presidente Campeão do Mundo Fábio Koff e o atual Paulo Odone – declarou Macedo, em carta lida pelo assessor de imprensa Haroldo Santos.