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 | 01/07/2006 18h55min

Nunca me preparei para este momento, diz Parreira

Técnico afirmou que a França foi muito disciplinada taticamente

Ninguém na delegação brasileira estava preparado para sair da Copa antes das finais. A frase do técnico Carlos Alberto Parreira resume o sentimento na Seleção. Em entrevista coletiva, após a partida, o treinador destacou que a França não surpreendeu, pois soube crescer no torneio no momento certo:

– É um time que se defende muito, o tempo todo com nove jogadores atrás. Nós começamos bem o jogo, os primeiros 15 minutos, depois eles se postaram bem, tiveram mais posse de bola, embora não tivessem tido penetração, mas as jogadas decisivas deles eram conhecidas, em jogadas de lado, e de bola parada. Nós bobeamos na marcação de uma jogada de bola parada, definiu, e o Brasil sai, não diria prematuramente, mas em uma fase em que nós não contávamos. A gente lamenta tudo o que aconteceu – relatou, destacando que a França soube ter paciência para chegar ao gol e valorizou o toque de bola.

O comandante agradeceu ao esforço de todos os jogadores e saiu em defesa do ataque. Ele destacou que o Brasil terminou a partida com Ronaldo, Adriano, Ronaldinho, Robinho e Kaká, mas o problema foi a marcação forte da França, muito disciplinada taticamente, conforme Parreira.

Sobre sua parcela de culpa na derrota, o treinador disparou:

– Se ganha a Copa do Mundo, o talento é dos jogadores; se perde, a culpa é sempre do treinador – afirmou.

Questionado por um jornalista colombiano se seguirá no comando da Seleção, Parreira disse não estar preocupado com isso agora:

– Essa é uma coisa que eu vou resolver quando chegar ao Brasil – declarou.

A respeito dos fatores que contribuíram para o fracasso na busca do hexa, o técnico afirmou que, pelos talentos que a equipe tem, faltou um pouco de treinamento da parte física e entrosamento:

– Eu falei em muitas outras oportunidades. Essa equipe jogou muito pouco. De outubro do ano passado até agora, foram oito meses,  nós fizemos só um jogo amistoso em Moscou. Era esperado que crescesse mais na competição. Pegou, talvez, uma das equipes individualmente da Copa logo nas quartas-de-final – declarou.

Ao comentar a marcação sobre Zidane, Parreira disse que houve a intenção de marcá-lo, não individualmente porque isso não é tradição na Seleção, mas por zona. Conforme ele, isso surtiu efeito, pois os franceses construíram o gol em uma jogada de bola parada.

A respeito da equipe que goleou o Japão por 4 a 1, Parreira destacou que seria complicado manter aquela escalação:

– Quem pode garantir que aquele time chegaria à final? Ninguém. São apenas ilações, são apenas hipóteses. Você quando dirige uma equipe você tem que tirar conclusões concretas. Aquele jogo, o time jogou muito bem, mas era diferente, o Brasil já estava classificado. O emocional da partida era totalmente diferente – salientou.

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