| 30/06/2006 12h40min
O presidente da Comissão de àrbitros da Fifa, o espanhol Angel Villar, afirmou nesta sexta que os árbitros têm acertado em mais de 90% de suas decisões e considerou que suas atuações, até agora, na Alemanha têm sido muito melhor do que foi há quatro anos na Coréia e no Japão.
– Excluindo umas duas ou três arbitragens com erros, tenho que dizer que o resto tem sido extraordinário e como presidente da Comissão me sinto muito satisfeito – disse Villar durante uma coletiva de imprensa nesta sexta.
O presidente da Federação Espanhola reconheceu o erro do árbitro inglês Graham Poll, que deu três cartões amarelos para o croata Josip Simunic e não o expulsou quando mostrou o segundo, e tentou justificar que se os árbitros cometeram algum erro foi porque são humanos e, como os jogadores e técnicos, não são infalíveis.
Questionado a respeito das declarações do presidente da Fifa, Joseph Blatter, que afirmou que quem deveria ter recebido um cartão amarelo era o árbitro russo Valentin Ivanov devido à sua atuação no jogo entre Portugal e Holanda, no qual o árbitro distribuiu 16 cartões, quatro deles vermelhos, Villar fez uma defesa ferrenha do árbitro russo.
– Não vou comentar as declarações de Blatter, mas posso assegurar que Ivanov apitou o que viu e deu os cartões que acreditava que devia mostrar. ê um excelente árbitro, que tem uma grande preparação e experiência – afirmou Villar.
Em termos semelhantes aos de Ivanov, o presidente da comissão se referiu a Graham Poll.
– Ele é um grande profissional que cometeu um erro, como pode acontecer com qualquer outro, mas espero que ele continue por muito tempo ainda na arbitragem – afirmou.
Villar também revelou que na despedida dos árbitros que não continuarão na Copa, Poll recebeu uma grande ovação de seus companheiros.
– Nos oito anos que venho presidindo esta comissão, eu nunca tinha visto nada igual.
O vice-presidente da Fifa explicou que a introdução do vídeo para consultar as jogadas duvidosas é de competência da International Board (órgão encarregado pela modificação das regras do jogo), mas duvidou que o processo vá se implantar em breve porque o mais importante é que não haja demoras nas decisões dos árbitros. Em compensação, revelou que o projeto de uma bola com chip para detectar quando esta passa da linha do gol está muito adiantado. Mas descartou que o projeto se torne realidade em curto prazo. Outro grande acerto deste Mundial, segundo Villar, é a compenetração dos árbitros.
– São trios que levam muito tempo trabalhando juntos e se entendem perfeitamente, não é como antes quando o árbitro podia ser da Espanha e o assistente da Nova Zelândia. Outro êxito foi a implementação de microfones e pontos auriculares para os ajudarem.
Villar reconheceu que o trabalho de um árbitro está ficando cada dia mais difícil porque, segundo ele, os jogadores buscam sempre o melhor para sua equipe e isso significa também que mentem, simulam lesões e, desde sempre, caem facilmente.
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