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Procuradores federais querem CPI sobre venda da Vale

Os procuradores federais que investigam as suspeitas contra o ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio de Oliveira estão empenhados em garantir a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a privatização da Companhia Vale do Rio Doce. Como parte da estratégia, pretendem divulgar, gradualmente, pela imprensa, novas denúncias contra o economista.

Com o mesmo objetivo, o Ministério Público Federal (MPF) não planeja convocar agora para depor o ministro da Educação, Paulo Renato Souza, nem o ex-ministro das Comunicações Luiz Carlos Mendonça de Barros.

– O Palácio do Planalto poderia alardear que nada existe porque o Ministério Público já teria ouvido as duas pessoas que tomaram conhecimento da denúncia de cobrança de propina. Ou seja, seria um bom argumento para esvaziar uma CPI – disse um dos procuradores envolvidos nas investigações.

O inquérito sobre Ricardo Sérgio dura dois anos, mas os procuradores avaliam que, com a publicação de reportagem da revista Veja, o caso ganhará novo fôlego. No que depender do Ministério Público, o governo e o pré-candidato a presidente José Serra (PSDB) não ficarão livres de novas surpresas relacionadas ao economista, que foi um dos arrecadadores de fundos nas campanhas do tucano para deputado federal (1990) e senador (1994).

Uma das ações dos procuradores será a divulgação dos resultados do rastreamento feito na Antar Venture Investments, empresa supostamente de propriedade de Ricardo Sérgio e com sede nas Ilhas Virgens Britânicas, paraíso fiscal do Caribe.

O Ministério Público esquadrinhará os negócios imobiliários do economista. Ganhará atenção especial a compra de dois prédios da Petros – o fundo de pensão dos funcionários da Petrobras – feita por Ricardo Sérgio há dois anos.
Também está na mira um condomínio de luxo que o ex-diretor do BB constrói em São Paulo.

A corregedora-geral da União, Anadyr de Mendonça Rodrigues, abriu nesta segunda-feira, 6 de maio, um processo administrativo para investigar se houve lesão ou ameaça ao patrimônio público, durante o processo de privatização da Companhia Vale do Rio Doce, em 1997. A decisão de Anadyr decorreu das denúncias de que o ex-diretor do Banco do Brasil (BB) Ricardo Sérgio de Oliveira teria cobrado propina de R$ 15 milhões do empresário Benjamin Steinbruch, durante o ato de venda da ex-estatal.

 
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