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 | 02/05/2002 21h55min

Crescimento de Lula nas pesquisas assusta o mercado financeiro

O avanço do candidato da oposição Luiz Inácio Lula da Silva (PT/SP) e o recuo do governista José Serra (PSDB/SP) nas intenções de voto de pesquisa de opinião encomendada pelo PFL ao Instituto GGP influíram decisivamente nesta quinta-feira, 2 de maio, no mercado financeiro. A Bolsa de São Paulo (Bovespa) registrou a maior queda (4,17%) desde 28 de novembro. O dólar comercial se valorizou 1,48%, alcançando seu maior preço (R$ 2,3970) desde 25 de fevereiro.

A apreensão aumentou entre os investidores pelo fato de ser a segunda pesquisa em apenas uma semana indicando o crescimento de Lula nas intenções de voto nas eleições de outubro. A outra foi a do Instituto Sensus, realizada a pedido da Confederação Nacional dos Transportes (CNT). No mercado financeiro, as cotações também foram pressionadas no ouro e juros.

O principal motivo para esse pessimismo é a corrida eleitoral, especialmente em razão da perspectiva de união da esquerda ainda no primeiro turno. Os rumores de que o candidato do PPS, Ciro Gomes, poderia deixar a disputa presidencial para concorrer ao governo do Ceará agravaram o clima de nervosismo.

A mudança na recomendação do banco holandês ABN Amro para os títulos da dívida brasileira foi, porém, o fato de maior impacto nos negócios. A instituição sugeriu a redução de papéis brasileiros na carteira de seus clientes. As ações dos bancos, entre as quais as do Bradesco, lideraram as perdas no dia. 

 
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