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PFL admite apoio parcial à candidatura de Ciro

O presidente do PFL, Jorge Bornhausen, disse nessa segunda-feira, dia 22, que diretórios estaduais do partido – ele não especificou quantos – tendem a apoiar o candidato da Frente Trabalhista (PPS-PDT-PTB) à Presidência da República, Ciro Gomes. Mas o senador licenciado considera difícil haver uma posição oficial nacional da agremiação no mesmo sentido, em razão de dificuldades regionais.

– Grande parte do partido vê com bons olhos a candidatura de Ciro Gomes. Muito provavelmente, se nós abrirmos a questão, o que é possível e o mais provável, pelo menos aparentemente, vai haver posição de vários Estados com Ciro. Não posso responder se a maioria, mas diria que vários – afirmou Bornhausen.

O presidente do PFL dá início nesta terça-feira, dia 23, ao processo de consultas internas para, até o fim de maio, estabelecer uma posição oficial. O prefeito do Rio, Cesar Maia, disse esperar que já no final da semana esteja definida a tendência. Para ele, o partido deverá liberar seus diretórios estaduais. Bornhausen afirmou não excluir nenhuma hipótese na sucessão, nem a de reaproximação com o PSDB, mas disse que essa possibilidade é difícil:

– Acho que os acontecimentos vividos trazem grandes dificuldades para uma reaproximação. Evidentemente, mudanças podem haver no PSDB, mudanças de candidato, mudanças de comportamento, que podem justificar essa reaproximação.

O presidente do PFL admitiu que, se o PFL se unir a PSDB, PMDB e PPB na disputa pelo governo do Rio, esse palanque poderá ser franqueado ao candidato tucano, José Serra. Maia lançou ontem a candidatura da deputada estadual Solange Amaral ao governo fluminense e também admitiu a possibilidade de abrir o palanque a Serra. Mas essa hipótese, segundo ressaltou, também existe em relação a Ciro e até ao candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva.

– Queremos, pragmaticamente, fortalecer nossa candidatura ao governo do Estado – afirmou Maia.

Ele disse que pretende reproduzir no Rio “a coligação que dá base do governo federal” e ajudar o PFL a eleger a maior bancada da Câmara.

– Estamos com todas as nossas caravelas queimadas – disse ele, aludindo aos conquistadores espanhóis que, ao chegar à América, incendiaram seus barcos, para que não tivessem outra opção a não ser lutar pela vitória. Mas ponderou:

– Se o quadro de candidaturas se modificar, o PFL pode tomar outro rumo.

Maia, Bornhausen, o vice-presidente Marco Maciel e políticos pefelistas participaram ontem do lançamento da programação de 2002 da Escola Nacional de Política do Instituto Tancredo Neves, ligado à legenda, em solenidade na Fundação Getúlio Vargas, em Botafogo, zona sul do Rio.

 
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