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 | 13/04/2002 17h56min

Roseana afirma que operação de guerra quis aniquilar candidatura

Ex-governadora do Maranhão abriu mão da pré-candidatura à Presidência pelo PFL

A ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney (PFL) anunciou oficialmente a renúncia à candidatura à Presidência da República na tarde deste sábado, 13 de abril. A ex-governadora do Maranhão convocou uma entrevista coletiva às 15h e leu uma nota à imprensa no jardim de sua casa em São Luís.

• Confira a íntegra da carta de renúncia:

Desde que meu nome, indicado pelo Partido da Frente Liberal, cresceu nas pesquisas, vocês tem assistido a um poderoso esquema mobilizado contra mim, contra minha família, contra os meus correligionários.

O povo brasileiro e a imprensa são testemunhas de que, no lugar de debate de idéias e da discussão dos grandes problemas nacionais, que afligem sobretudo a vida dos brasileiros mais pobres, foi montada uma verdadeira operação de guerra visando o aniquilamento da minha candidatura.

Esta operação envolveu escutas telefônicas, elaboração de dossiês apócrifos, transgressão do sigilo de procedimentos judiciais, inclusive com descumprimento de ordem do Poder Judiciário, perseguição política, manipulação da máquina pública e engajamento de uma parte da mídia para realizar um verdadeiro massacre em escala nacional, substituindo fatos por boatos, evidências por insinuações e opiniões por calúnias.

É bom frisar que toda essa operação criminosa foi deflagrada e se desenvolveu sob o olhar omisso ou acumpliciado de elevadas autoridades da República que se colocaram a serviço da candidatura oficial, agredindo de forma inédita nos últimos tempos a lisura e a legitimidade do processo eleitoral.

As investidas constantes e os ataques que beiram a crueldade minaram a minha resistência pessoal. Eu, que já enfrentei e resisti a tantas adversidades, agora cheguei ao limite das minhas forças. Em nome do apoio que milhões de brasileiros continuam me assegurando, estou comunicando ao meu partido, cuja solidariedade nunca me faltou, que abro mão da minha pré-candidatura à Presidência da República.

Tenho consciência de que ajudei a incorporar definitivamente à agenda da campanha presidencial temas como a participação da mulher, o combate à discriminação em todas as suas formas, a questão dos indicadores sociais e até mesmo o financiamento das campanhas políticas.

Vou responder a meus detratores como cidadã. Quero justiça e confio no Poder Judiciário. Não desejo que este seja mais um processo que, depois de ter começado subitamente, de forma duvidosa, e sem o conhecimento dos envolvidos, se perca no esquecimento, arrastando-se nos trâmites burocráticos.

Agora, fico no Maranhão e peço ao povo do meu Estado a oportunidade de representá-lo uma vez mais no Congresso Nacional. Para terminar, quero manifestar aos meus correligionários e aos milhões de eleitores que permanecem ao meu lado a minha gratidão. Aos adversários desleais, a certeza de que nessa eleição a ética terminará por se sobrepor aos seus apetites.

E em especial, quero manifestar à mulher brasileira, que vislumbrou a inédita possibilidade de ter uma de nós na Presidência, meu profundo respeito e a certeza de que um dia chegaremos lá.

 
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